No momento em que o governo enfrentava desafios na articulação política, antigos líderes petistas que haviam saído de cena após condenações no mensalão e na Lava-Jato voltaram a atuar nos bastidores. Sem ocupar cargos formais, José Dirceu, João Paulo Cunha, Delúbio Soares e João Vaccari Neto têm gradualmente retornado aos círculos de influência em Brasília, cada um com níveis variados de visibilidade.
Dirceu se destaca entre eles, especialmente após o arquivamento de uma denúncia por corrupção passiva pela Segunda Turma do STF em maio, o que o levou a considerar uma possível candidatura a deputado federal em 2026. Recentemente, ele fez sua primeira visita ao Congresso em dezenove anos, participando de uma solenidade sobre democracia. Enquanto pondera sobre seu futuro político, Dirceu tem intensificado seus contatos e presença em eventos na capital federal, onde mantém um escritório.
Em contraste, João Paulo Cunha tem adotado uma postura mais discreta, focando em sua advocacia e evitando os holofotes. Durante sua pena por corrupção passiva e peculato no mensalão, concluiu seu curso de Direito e agora atua em casos jurídicos, incluindo questões ligadas à Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Cunha afirma não ter planos de voltar à política e prefere não comentar sobre seus contratos privados.
João Vaccari Neto também mantém uma atuação nos bastidores, sendo descrito como um articulador chave em nomeações importantes, como no Conselho Nacional do Sesi. Recentemente beneficiado por decisões judiciais, Vaccari continua enfrentando processos pendentes, mas sua influência nos círculos políticos e empresariais permanece significativa.
Por fim, Delúbio Soares tem se dedicado a encontros no interior do Brasil, incluindo reuniões em Minas Gerais e Pernambuco com afiliados dos Correios ligados ao PT. Nestes eventos, são distribuídas publicações que abordam seus processos judiciais, refletindo sua persistente presença política.
Procurados para comentários sobre suas atuações atuais, todos os ex-líderes do PT preferiram não se manifestar.