O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu interromper o ciclo de cortes e manter a Selic em 10,5% ao ano. A decisão foi unânime. Em entrevista ao Jornal da CBN com os âncoras Mílton Jung e Cássia Godoy, Celson Placido, CEO da Asset Management Warren, afirmou que uma nova redução na taxa não teria grande impacto no bolso do brasileiro. No entanto, ele destacou que as declarações de Lula sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm maior influência. Placido explicou que o mercado já esperava a manutenção da taxa e ressaltou a importância da decisão unânime:
“O Banco Central, rachado na última reunião de maio, perdeu credibilidade. Ou seja, um Banco Central dividido é a pior coisa que existe.”
Segundo Celson Placido, a Selic só deve voltar a cair no segundo trimestre do próximo ano. Ele destacou que a unanimidade na última reunião ajudou a recuperar um pouco a credibilidade do Copom.
“Gostaria de destacar algo interessante no comunicado. A ata só será divulgada na semana que vem, mas o comunicado menciona a interrupção do ciclo de queda de juros, sem citar o encerramento definitivo. Isso deixa a porta aberta para possíveis reduções futuras.”
A taxa de juros começou a cair em agosto de 2023, com sete quedas consecutivas. A Selic estava em 13,75% ao ano no início desse ciclo.