A União Europeia decidiu nesta quinta-feira aplicar novas sanções contra a Rússia, que incluem pela primeira vez restrições ao fornecimento de gás natural liquefeito (GNL). Este movimento acontece mesmo enquanto a guerra na Ucrânia entra no seu terceiro ano.
Estas sanções, que quebram tabus, marcam o 14.º pacote adotado desde fevereiro de 2022 e chegam num momento crítico do conflito, com as forças russas buscando ampliar seus ganhos territoriais. O acordo foi alcançado após prolongadas negociações entre embaixadores, que passaram semanas discutindo detalhes técnicos complexos. A Alemanha, em particular, foi um último obstáculo devido à sua preocupação com a “cláusula de não à Rússia”, que impede contornos por empresas.
As novas medidas não proíbem completamente a importação de GNL russo, diferentemente do que foi feito anteriormente com carvão e petróleo marítimo. Ao invés disso, as empresas da UE poderão comprar GNL russo, mas ficarão proibidas de reexportá-lo, uma prática conhecida como transbordo.
Em 2023, estima-se que a UE tenha gastado 8,3 bilhões de euros para adquirir 20 bilhões de metros cúbicos de GNL russo, representando 5% do consumo total de gás. A Bélgica, França e Espanha foram os principais pontos de entrada para este GNL russo, com uma parte significativa sendo reexportada globalmente, incluindo para outros Estados-Membros.
Essas sanções visam frear um lucrativo comércio e limitar a capacidade da Rússia de financiar sua onerosa guerra contra a Ucrânia. Além disso, miram projetos de GNL russos ainda não operacionais, como Arctic LNG 2, Ust Luga e Murmansk.
Os Estados membros também concordaram em medidas mais rigorosas para combater a evasão e fechar lacunas nos pacotes de sanções anteriores. Essas ações incluem medidas direcionadas à frota de petroleiros utilizada pela Rússia para contornar limitações de preços estabelecidas pelo G7.
Apesar da pressão, as medidas específicas detalhadas ainda não foram totalmente divulgadas, mas espera-se que tenham impacto significativo nas operações russas e na economia global do GNL.
