Dólar Hoje Euro Hoje
segunda-feira, 25 novembro, 2024
Início » Como imigrantes refugiados estão mudando o futuro da pesquisa no RJ

Como imigrantes refugiados estão mudando o futuro da pesquisa no RJ

Por Marina B.

Cerca de 1,5 milhão de imigrantes estão atualmente no Brasil, dos quais aproximadamente 700 mil são refugiados ou solicitantes de refúgio, provenientes de 163 países. Em celebração ao Dia Mundial do Refugiado, que ocorre em 20 de junho, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), vinculada à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciou o lançamento da segunda edição do edital para pesquisadores de áreas conflitantes, prevista para o próximo mês.

Em honra ao falecido físico e professor emérito da Coppe/UFRJ, o programa Luiz Pinguelli Rosa de Mobilidade e Instalação de Pesquisadores Originários de Regiões em Conflito em Instituições de Ciência e Tecnologia atraiu ao estado nove cientistas de zonas de conflito, incluindo representantes da Ucrânia, Rússia, Irã e Síria.

Com um investimento que ultrapassa R$ 10 milhões, esta iniciativa pioneira da Faperj proporcionou aos estrangeiros selecionados uma bolsa mensal de R$ 9 mil por até 12 meses, passagens de ida e volta, seguro viagem, além de um auxílio à pesquisa para o pesquisador-anfitrião, totalizando até R$ 200 mil. Os projetos aprovados abrangeram diversas áreas como Engenharia, Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, e Ciências Agrárias, em instituições como UFRJ, UFF, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Inmetro e Instituto de Matemática Pura e Aplicada.

Um dos beneficiários foi o russo Vladimir Alexandrovich Mironov, cujo projeto na área de bioimpressão 3D de cartilagem humana é orientado pelo pesquisador José Granjeiro, do Inmetro.

Outro destaque foi o estudo realizado pelo bolsista sírio Siraj Salman Mohammad na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, sobre as propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias da pele de tilápias, derivada do resíduo da filetagem de peixes. Os resultados mostraram que o produto obtido apresenta um efeito anti-inflamatório 30% superior ao do medicamento comercial disponível.

Mohammad Al Abed, também da Síria, está focado no mapeamento da degradação do solo em áreas específicas do estado do Rio de Janeiro, utilizando imagens de satélite e drones no Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense.

Para Vânia Paschoalin, coordenadora da Assessoria de Relações Internacionais da Faperj, este edital representa uma oportunidade crucial para pesquisadores qualificados e produtivos de áreas conflituosas continuarem suas pesquisas em colaboração com instituições de ciência e tecnologia no Rio de Janeiro. Esses cientistas, anteriormente limitados em seus países de origem, estão contribuindo significativamente para o avanço do conhecimento e inovação tecnológica em diversas áreas, beneficiando diretamente a sociedade fluminense.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.