O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, enfrentou um ambiente hostil ao comparecer para esclarecer suspeitas de cartel no leilão do arroz promovido pelo governo federal. Ao contrário de seu antecessor, Neri Geller, Fávaro foi recebido de maneira fria na Comissão, não sendo recebido na sala da presidência e nem cumprimentado previamente pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion.
Para a oposição, Fávaro é visto como um produtor rural que supostamente trai os interesses do agronegócio ao adotar posturas alinhadas com o PT, o que contraria defesas como a proteção da propriedade privada e o marco temporal. No entanto, sua permanência no cargo é vista como garantida, pois poucos estariam dispostos a ocupar sua posição.
Durante seu depoimento, Fávaro culpou o Banco Central pela alta nos preços do arroz no Brasil, atribuindo-a a um suposto “ataque especulativo”. Ele também negou que a exoneração de Geller tenha sido motivada por razões pessoais, mas evitou explicar por que o Ministério alegou que Geller havia sido demitido “a pedido”, contrariando o testemunho do próprio Geller perante a Comissão de Agricultura.
A oposição se organizou na sede do Partido Liberal para coordenar estratégias de questionamento a Fávaro, com críticas severas de parlamentares como Marcos Pollon e José Medeiros, que questionaram a lealdade de Fávaro ao agronegócio. Giovani Cherini sugeriu que Fávaro poderia ser o próximo ministro da Agricultura a ser substituído, em um contexto de tensão política e críticas intensas.
