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quarta-feira, 27 novembro, 2024
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Lula faz teatro fiscal: Mudança real ou mera encenação?

Por Marina B.

Lula da Silva participou recentemente da reunião da Junta de Execução Orçamentária, numa tentativa de sinalizar uma nova postura em relação aos gastos do governo. Contudo, essa mudança de tom parece mais uma encenação política do que uma real preocupação com o equilíbrio fiscal.

Seus ministros, em lealdade ao presidente, divulgaram que Lula ficou muito preocupado com os altos subsídios que consomem quase 6% do PIB, incluindo gastos tributários de R$ 519 bilhões, equivalentes a 4,8% do PIB.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que a participação de Lula abriu espaço para discussões importantes. No entanto, é difícil acreditar que Lula só agora tenha se dado conta do peso desses subsídios, após mais de um ano no cargo e em seu terceiro mandato.

Lula teria cobrado um “plano de ação” da equipe econômica para reavaliar e reduzir esses gastos desnecessários. No entanto, menos de 24 horas depois, em entrevista à Rádio CBN, Lula voltou atrás e descartou qualquer plano real de corte de despesas.

Ele reiterou a importância de diferenciar gastos de investimentos, recusou-se a fazer ajustes fiscais que impactassem os mais pobres e não mencionou cortes nos gastos tributários, propondo contrapartidas dos empresários beneficiados com desonerações.

Lula também aproveitou para criticar o Banco Central na véspera da reunião do Copom, alegando que a política fiscal não é o problema, mas sim o comportamento da instituição. No entanto, suas críticas não levam em consideração a separação entre a instituição e seu presidente, Roberto Campos Neto.

Essa estratégia parece mais uma tentativa de encontrar um bode expiatório para evitar o desgaste político de adotar medidas de ajuste fiscal necessárias para equilibrar o Orçamento. No atual cenário de turbulência, suas ações podem gerar mais ruído e interferir nas decisões econômicas, exacerbando a incerteza nos mercados, especialmente com o dólar acima de R$ 5,40.

É crucial que o governo não fuja da agenda de ajuste fiscal, pois ignorá-la pode transformar essa farsa em uma tragédia econômica para o país.

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