O renomado jornal britânico Financial Times ressaltou, em sua edição mais recente, o que descreve como um “desmanche” da operação Lava Jato, após uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O periódico aponta que grande parte da desestruturação dos resultados da investigação, que recuperou bilhões de dólares das empresas envolvidas, foi conduzida pelo STF, especialmente pelo ministro José Antonio Dias Toffoli.
A presença dos irmãos Joesley e Wesley Batista ao lado do presidente Lula durante uma reunião oficial sobre as enchentes no Rio Grande do Sul chamou a atenção dos jornalistas estrangeiros. Esse retorno “muito público” da dupla ao poder foi interpretado como uma evidência do significativo desmantelamento do legado da Lava Jato. Os irmãos bilionários, por trás do gigante frigorífico JBS, admitiram ter pago subornos multimilionários durante a operação.
O jornal destaca também a anulação das condenações de outros protagonistas da Lava Jato, como Marcelo Odebrecht, a empreiteira Novonor (ex-Odebrecht), e o grupo J&F, holding dos irmãos donos da JBS. Esses eventos, juntamente com a queda de dez posições do Brasil no ranking da corrupção da Transparência Internacional em 2023, corroboram as preocupações levantadas.
O Financial Times menciona ainda que dias após o relatório crítico da Transparência Internacional, Toffoli ordenou uma investigação sobre o órgão de fiscalização da corrupção com sede em Berlim, por alegações de apropriação indevida de recursos públicos durante a investigação da Lava Jato.