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segunda-feira, 25 novembro, 2024
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Leilão de arroz da Conab: Participação inusitada e objetivos claros

Por Marina B.

Um recente leilão conduzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a aquisição de arroz, viu a participação de quatro empresas fora do comum no mercado do cereal. De acordo com informações do Globo Rural, entre elas destacam-se uma empresa de locação de máquinas agrícolas, uma produtora de queijos com registro em Macapá (AP) e até mesmo uma pessoa física com 70 processos na Justiça brasileira.
Durante a pandemia, essas “coisas estranhas” também acontecerem.

Apesar das peculiaridades, a Conab considerou o leilão um sucesso, com 87,7% da expectativa de compra de 300 mil toneladas atendida. Apenas dez regiões ficaram sem oferta. Um novo leilão já está agendado para a próxima quinta-feira (13), visando adquirir a reoferta de 36,3 mil toneladas.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, ressaltou que essa modalidade de leilão não ocorria desde 1987 e foi retomada com o objetivo de garantir o abastecimento nacional, ao mesmo tempo em que protege os agricultores. Ele enfatizou que, apesar das tentativas de politização e das oito liminares contra o leilão, a prioridade era salvaguardar o elo mais fraco da cadeia, ou seja, o consumidor.

Os preços do arroz aumentaram em média 11% em um mês, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mesmo após a colheita praticamente concluída. Para mitigar esse cenário, o arroz adquirido no leilão será distribuído em todo o país em até 45 dias, com preço subsidiado de R$ 4 por quilo, em embalagens de 5 quilos com o selo do governo federal, que visa obter capital político com essa atitude. O governo virou as costas para o produtor brasileiro, principalmente para o gaucho, que foi mais o atingido, compra arroz importado sem nem saber onde fora produzido com o dinheiro do pagador de impostos e vai vende-lo exatamente para quem “deu”dinheiro para que essa compra fosse feita. Ou seja um grande negócio. Vai comprar e vai vender, obtendo lucro. Porém a uma questão ainda não esclarecida: O governo não possui mercado, quem vai vender o arroz? Será entregue nas lojinhas MST? Já há acordo com redes de supermercado? Ainda que seja na lojinha do MST ou em um supermercado, quanto irá ganhar quem vender esse arroz? O governo terá uma espécie de sociedade com quem vender?
Já que o dinheiro para a compra desse arroz, é dinheiro do povo, o certo seria distribuir esse arroz para quem precisa. “Não há dinheiro para isso”, diria o governo. Então que a compra não fosse feita. O que parece é que o governo está apenas fazendo um bom negócio, para ele.

Quanto às empresas participantes, Thiago dos Santos, diretor de Operações e Abastecimento da Conab, explicou que não é possível identificar a origem do arroz importado e nem avaliar sua participação no mercado atual do país. Essas empresas deverão depositar 5% do valor negociado como garantia à Conab e receberão o pagamento acordado somente após entregarem o lote de mercadoria no armazém designado pela autarquia. É importante ressaltar que o arroz importado deve atender às prorrogativas sanitárias do Brasil.

O leilão contou com a participação de seis bolsas de mercadorias, das 13 cadastradas no ano passado pela Conab. O movimento visa fortalecer as ferramentas para trabalhar com estoques públicos e garantir preços futuros.

Apesar dessa ação relacionada ao arroz, os dirigentes da Conab afirmam que não há intenção do governo Lula de controlar os preços dos alimentos no país. O arroz adquirido não será estocado, mas sim distribuído imediatamente, sendo suficiente para apenas 15 dias de consumo. O governo pretende retomar a política de estoques públicos de alimentos, como feito entre 2003 e 2015, para assegurar o abastecimento ao consumidor e o preço mínimo ao produtor quando necessário.
Como será essa distribuição?

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