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sábado, 5 outubro, 2024
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Lula sem saída: Governo vai à China buscar R$ 5,7 bilhões em empréstimos

Por Marina B.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está enfrentando crescentes restrições orçamentárias, mesmo após adotar medidas para aumentar a arrecadação, como aumento de alíquotas, criação de novas regras tributárias e extinção de benefícios fiscais. Sem disposição para políticas de austeridade ou redução do tamanho do governo, a nova estratégia de Lula é buscar financiamento externo, especialmente na China, maior parceiro comercial do Brasil.

Uma comitiva ministerial diversificada visitou o país asiático, encerrando a agenda oficial nesta quinta-feira (6). A missão buscava fortalecer a cooperação bilateral e impulsionar um plano de desenvolvimento. Analistas consultados pela Gazeta do Povo apontam que os seis ministros, liderados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), levaram preocupações sobre os obstáculos burocráticos e financeiros que dificultam o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a economia.

Além disso, a visita reforçou a estratégia diplomática de maior coordenação entre os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A delegação incluiu os ministros Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Carlos Fávaro (Agricultura), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Márcio França (Empreendedorismo) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além de assessores, secretários, representantes do BNDES, empresários e presidentes de entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil).

A comitiva tinha como objetivo “fortalecer laços, estabelecer cooperação em várias áreas e abrir mercados para produtos brasileiros”, com destaque para o café. Apesar das expectativas positivas, o histórico de tratativas similares sugere que os resultados podem ficar aquém do esperado, devido a limitações legais no Brasil e ao modo de negociação da China, focado no longo prazo e em garantias concretas de retorno.

Rui Costa apresentou projetos e investimentos do governo, com foco no PAC, a empresários dos setores de telecomunicações, transporte marítimo, energia elétrica e automotivo. O destaque da viagem foi a formalização do empréstimo de R$ 5,7 bilhões, anunciado em maio, pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como banco dos Brics, para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul.

Durante a missão, houve a sétima reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), criada em 2004, no primeiro mandato de Lula. Em 2024, quando se completam 20 anos do Cosban e 50 anos das relações bilaterais, Lula tenta relançar a parceria com a China. Em abril de 2023, ele estimou US$ 50 bilhões em investimentos chineses no Brasil, valor que ainda não se concretizou.

O analista financeiro VanDyck Silveira vê na missão ministerial uma tentativa de compensar a escassez de recursos próprios do governo com investimentos diretos da China. Ele destaca iniciativas como a criação de um ambiente favorável para montadoras de carros elétricos e a manutenção de incentivos fiscais para o polo automotivo baiano. A montadora chinesa BYD, por exemplo, está investindo R$ 3 bilhões na construção de uma fábrica na Bahia.

Para o conselheiro de empresas Ismar Becker, a investida na China reflete as limitações fiscais do governo e metas exageradas de investimento. Ele lembra que as promessas de Lula não cabem no Orçamento e que o dinheiro para investir deve acabar em 2026, conforme alertou a ministra Simone Tebet.

Becker compara a estratégia de Lula à gestão de Dilma Rousseff, que apostou em mais investimentos estatais e estímulos ao empreendedorismo sem considerar os déficits fiscais. Ele também menciona a tentativa fracassada da Argentina de se socorrer com a China para mitigar sua crise econômica, resultando em uma dívida impagável.

O presidente do Instituto Monitor da Democracia, Marcio Coimbra, alerta para os riscos de dependência excessiva de investimentos chineses, exemplificando com situações na África e América Latina, onde países ficaram endividados e com infraestrutura controlada por investidores chineses. Ele defende uma avaliação técnica dos investimentos externos para evitar riscos de dependência e garantir retornos saudáveis.

Rodrigo Arruda, advogado especializado em energia, considera inevitável que o Brasil negocie parcerias com a China devido à sua importância estratégica e econômica. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas ocupa apenas a oitava posição como investidor direto. Segundo Arruda, é crucial reconhecer as oportunidades oferecidas pela China, independentemente do alinhamento ideológico.

Em outra iniciativa para buscar recursos externos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), buscou apoio internacional para a taxação global dos bilionários. Ele se encontrou com o papa Francisco no Vaticano para discutir o tema. França, Espanha, Alemanha e África do Sul já apoiam a proposta de Haddad, que visa tributar os super-ricos em ao menos 2% de sua riqueza total anualmente. Haddad também se reuniu com o ministro espanhol Carlos Cuerpo para tratar da taxação dos super-ricos e da retomada do acordo entre União Europeia e Mercosul.

Haddad que não consegue gerir as contas do Brasil, quer dar palpite na economia mundial e acha que o Papa fará com que todos os países do mundo taxem os seus super-ricos, enquanto o correto seria ele estar planejando algo para o Brasil, como por exemplo: gastar menos e reduzir tributos para que a economia gire. O ex ministro Paulo Guedes alertou dizendo que em 18 meses o Brasil estaria sem dinheiro. Estamos entrando no 17º mês de governo. Bola de cristal? Não! Apenas contas! A matemática é uma ciência exata, onde 2+2 sempre será igual a 4 e não a 6 como declaram os integrantes do atual governo, que vai do ministro da fazendo ate o gabinete do presidente da república.

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