A valorização do dólar neste ano deve ser um alerta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT, indicando problemas na economia. Embora seja um fenômeno global, a desvalorização do real é mais pronunciada, em grande parte devido a questões internas. A política fiscal não consegue resolver o déficit primário, e as divisões no último encontro do Copom questionam as decisões da política monetária.
Desde a última reunião do Copom, em 8 de maio, o dólar subiu 4,5%, passando de R$ 5,07 para R$ 5,30. Desde o início do ano, o aumento é de 9%, em comparação a outras moedas emergentes, onde o dólar teve valorização mais moderada: 3,18% contra o peso mexicano, 3,5% em relação ao rand sul-africano e 3,47% frente ao peso chileno, por exemplo.
Um estudo recente do Itaú Unibanco destacou que o dólar está em alta globalmente, com perspectivas de continuar subindo. Isso se deve a juros mais altos nos EUA e aumento das tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia e as disputas comerciais EUA-China.
Internamente, os problemas são evidentes, aumentando o risco percebido em relação ao Brasil. O arcabouço fiscal enfrenta desafios, como o crescimento dos gastos obrigatórios, que pode paralisar a máquina pública em 2026, ano eleitoral.
Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento divergem sobre soluções, mas nenhuma tem respaldo político para avançar com as medidas em estudo. No Banco Central, a próxima reunião do Copom será crucial para a credibilidade da política monetária, especialmente diante da pressão para manter a Selic em 10,5% ao ano.
No mercado financeiro, há preocupação de que o presidente Lula possa desmantelar o arcabouço fiscal em busca da reeleição, o que seria catastrófico para a economia e poderia fortalecer a candidatura da oposição. A fragilidade do real não favorece a perspectiva do PT para a Presidência.
