O amor acabou? Na verdade ele nunca existiu. No segundo ano do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo se vê imerso em um constante gabinete de crise, segundo um dirigente de um partido aliado, que argumentou que o presidente petista tem tido dificuldades em direcionar o país conforme desejado.
Há quem diga que o primeiro ano tenha sido marcado por conquistas na agenda econômica, já para muitos isso também não passa de uma narrativa plantada. O que vale é que a lua de mel chegou ao fim de forma abrupta. Essa perda de ímpeto foi impulsionada tanto pelo avanço de uma agenda conservadora no Congresso Nacional, quanto pelas dificuldades em propor soluções para questões nacionais.
E a narrativa continua
Apesar da melhora expressiva na atividade econômica, com perspectivas de recuperação do consumo e aumento nos investimentos públicos, algo que não aconteceu, Lula insiste afirmar que a população não associa essa melhoria à atual administração. Que melhoria? Onde houve recuperação de consumo? Com tantas empresas fechando, falindo e saindo do Brasil, temos na verdade um cenário semelhante ao de 2015. Isso tem alimentado as propostas conservadoras apresentadas pelos partidos de oposição, que têm dominado a agenda política.
Em um curto espaço de tempo, a pauta legislativa foi inundada por propostas como limitação das saídas de presos, criminalização da posse de drogas e marco temporal para terras indígenas. Lula e a base governista seguem afirmando que para a oposição, a constitucionalidade dessas medidas é irrelevante, já que o objetivo é manter o país em um estado de paralisia, que tem sido eficaz. Como assim? Impedir a saidinha de presos, que tem propiciado que crimes sejam cometidos por esses “beneficiados”, como o assassinato de um policial em Minas, ou de criminalizar o porte de drogas é manter o país paralisado? A verdade é que o país está parado em vários seguimentos e andou para trás em outros, desde que Lula tomou posse. O que a oposição vem fazendo é tentar apagar o incêndio, que foi a chegada de Lula à presidência.
Desde o início deste ano, o Palácio do Planalto tem enfrentado constantes crises, obrigando-o a agir de forma reativa, sem conseguir propor políticas públicas. Essa dificuldade, segundo assessores do governo, era esperada, mas não apenas devido ao aumento da bancada conservadora.
Um fato que foi ignorado por Lula e por todos que acharam que colocá-lo na cadeira da presidência, seria o bastante para que tudo caminhasse como eles pensavam. E assim com o plano dando errado, só resta apelar para outra narrativa, a de que Lula não consegue governar porque encontrou um “cenário de terra arrasada”, deixada pelo governo anterior. Aquele governo que além de enfrentar uma crise sanitária, com a paralização da economia por quase dois anos, crise hídrica, guerra, ainda assim deixou o país com os cofres cheios. Um superávit de 54 bilhões de reais, que foram torrados nessa tal lua de mel. E não parou por aí, essa lua de mel entrou no cheque especial e fechou 2023 com um déficit de 177 bilhões de reais. Isso sim é o que pode-se chamar de “terra arrasada”.
As justificativas não param e seguem que mesmo reconhecendo o talento político de Lula, petistas históricos admitem que o presidente enfrenta dificuldades para compreender um cenário político dominado pela direita, onde o dinheiro não compra tudo. Para eles, a solução não está em uma simples reforma ministerial ou em confrontos ideológicos, mas sim na busca por pautas consensuais que conquistem partidos de centro, já que a minoria de esquerda não consegue mais nada.
Além disso, argumentam parlamentares de esquerda, que Lula precisa reinventar seu terceiro mandato, lançando uma nova agenda positiva com impacto direto na economia, algo que ainda não ocorreu e que dificilmente ocorrerá.
A atual gestão, na visão de muitos, parece ter se transformado em um “museu de grandes novidades”, sem conseguir empolgar sequer seus eleitores mais fiéis. Ai está o X da questão. Onde estão esses eleitores, que nunca são vistos em lugar algum? Se esse museu fosse algo físico e aberto a visitação, estaria sempre vazio.
O ex-Secom, nomeado como 39º ministro e também conhecido como governador substituto do RS, Alexandre Padilha, comparou as recentes derrotas do governo federal a um campeonato de pontos corridos, sugerindo que ainda há tempo para mudar o jogo, desde que haja uma reinvenção estratégica.
Fica a reflexão de qual seria essa reinvenção estratégica.
Mesmo com o STF atuando sempre para ajudar o governo Lula, desde que o tirou da prisão, ainda assim não é possível governar.
Esqueceram de algo muito importante: Atualmente presidente sem povo, sem apoio, sem base no congresso e com as redes sociais, que deixam até o mais humilde cidadão ficar sabendo de qualquer coisa no exato momento que acontece, fica impossível mentir e enganar, que dirá governar. Portanto a estratégia poderia ser pedir para sair. A renúncia com a entrega das chaves para o segundo colocado (pode-se dizer assim), seria mais honrosa e muito aplaudida pela maioria absoluta da população, que não o elegeu. Lula não engana mais ninguém e a população já está cansada de tantas mentiras que começaram a ser contadas, lá trás. No dia que o portão da PF de Curitiba foi aberto, para que o maior corrupto do Brasil fosse posto em liberdade. Resumo: Todos envolvidos neste triste episódio, estão colhendo o que plantaram.