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segunda-feira, 25 novembro, 2024
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Conspirações políticas no Rio: Lula e Gleisi intensificam ofensiva por vice de Paes enquanto aliados buscam alternativas

Por Marina B.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a líder nacional do PT, Gleisi Hoffmann, intensificarão a pressão sobre Eduardo Paes (PSD) para que o partido indique o vice na chapa do prefeito do Rio, candidato à reeleição nas eleições de outubro. Lula e Gleisi buscam superar as resistências de Paes, que planeja escolher um aliado próximo para compor uma chapa puramente do PSD, evitando as investidas do partido.

Este movimento acontece poucos dias após uma reunião entre o presidente e o prefeito carioca no Palácio do Planalto. Na última quarta-feira (29), Lula expressou a Paes o desejo de indicar o secretário de Assuntos Federativos da Presidência, André Ceciliano, como vice na chapa, conforme revelado pelo jornal O GLOBO na última segunda-feira.

Durante a conversa, que contou com a presença do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula foi direto ao perguntar a Paes se poderia exonerar Ceciliano para que ele pudesse se tornar vice, ao que o prefeito respondeu que precisava de mais tempo para ponderar.

Apesar disso, Lula planeja exonerar Ceciliano na próxima quinta-feira, acreditando que sua saída do governo é crucial caso Paes se convença.

Em conversas nesta semana, o presidente sinalizou aos interlocutores que fará um novo pedido a Paes “em caráter pessoal” para que indique Ceciliano, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) entre 2017 e 2023 e candidato ao Senado pelo estado na chapa de Lula em 2022.

Enquanto isso, no PT, está sendo discutida uma declaração formal indicando que, sem um vice na chapa de Paes, o partido poderia apoiar outra candidatura, como a de Tarcísio Motta (PSOL), atualmente em terceiro lugar nas principais pesquisas de opinião. A adesão a Tarcísio já vem sendo defendida por uma ala do PT liderada pelo deputado federal Lindbergh Farias há meses.

O presidente está decidido a persistir com Paes, que o apoiou desde o primeiro turno da última eleição presidencial, mesmo após breves flertes com as pré-candidaturas de Eduardo Leite (PSDB-RS) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nos próximos dias.

Segundo os petistas, a estratégia de Paes de ganhar tempo é parte de um esforço para consolidar seu vice ideal, o deputado federal Pedro Paulo (PSD), no cargo.

Enquanto o prefeito argumenta com seus interlocutores que a pressão de Lula visa apenas satisfazer uma demanda dos petistas, ele também acredita que um vice do PT pode prejudicar sua candidatura em uma disputa contra um candidato de extrema direita, especialmente com o clã Bolsonaro envolvido pessoalmente na campanha.

Para os aliados de Paes, a inclusão do PT na chapa pode afastar o apoio formal de partidos de centro e centro-direita, como o PSDB e o Cidadania.

O plano principal de Paes é ter Pedro Paulo como vice, mas, se isso por algum motivo não for possível, o cargo seria ocupado por algum de seus secretários, que também devem ser exonerados nos próximos dias.

Pelo menos dois desses secretários deixarão a prefeitura para ficar à disposição do prefeito: Guilherme Schleder e Eduardo Cavalieri, que são deputados estaduais licenciados ocupando, respectivamente, as Secretarias de Esportes e a Casa Civil. O PT também decidiu que Adilson Pires, vice de Paes em seu segundo mandato (2013-2017), pedirá exoneração para ser uma alternativa a Ceciliano.

Uma vez que a chapa esteja definida, os secretários poderão retomar seus cargos caso não sejam oficializados como candidatos a vice, assim como Ceciliano no caso da Secretaria de Assuntos Federativos do Planalto.

A pressão do PT sobre Paes tem duas razões principais. Primeiro, há uma grande probabilidade de o prefeito, caso reeleito para seu quarto mandato, concorrer ao governo do estado em 2026, já que o atual governador, Cláudio Castro (PL), não pode se reeleger.

Além disso, Lula deseja realizar mudanças na equipe de Padilha para tentar melhorar a articulação política, que enfrenta problemas.

Ceciliano desempenha um papel crucial como ponte entre o Planalto e os prefeitos e governadores na Secretaria de Assuntos Federativos. Embora não esteja diretamente envolvido nas negociações com o Congresso, seu cargo pode ser alvo de uma reestruturação ministerial.

Em suma, setores mais pragmáticos do PT admitem que a pressão pela vice faz parte do jogo político e que, com o início da campanha eleitoral, o partido provavelmente acabará apoiando Paes. Nesse cálculo, o partido reconhece que não teria força para uma candidatura própria e que o apoio incondicional ao prefeito poderia render dividendos caso ele realmente se candidate ao governo estadual em dois anos, proporcionando a Lula um palanque competitivo no Rio, onde o PT não vence desde 2014, e um trunfo para as eleições de 2026.

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