Nigel Farage, o ativista pró-Brexit e anti-imigração, voltou à vanguarda da política britânica na segunda-feira (3), revelando sua intenção de assumir o comando do partido de direita Reform U.K. e concorrer ao Parlamento nas eleições de 4 de julho.
Esta será sua oitava tentativa de conquistar um assento na Câmara dos Comuns, com Farage escolhendo Clacton-on-Sea como seu reduto eleitoral.
O anúncio, um desafio para o Primeiro-Ministro Rishi Sunak, vem apenas alguns dias após Farage afirmar que não se candidataria, priorizando seu apoio a Donald Trump nas eleições presidenciais americanas de novembro.
Embora tenha chances de derrotar o atual membro conservador de Clacton e garantir sua vitória em 4 de julho, Farage destacou seu principal objetivo: liderar a oposição genuína a um governo do Partido Trabalhista, caso os Conservadores percam, como muitos prevêem.
Seu desejo é iniciar uma “revolução política”, desafiando o status quo estabelecido.
Ele espera replicar a pressão populista que moldou e eventualmente triunfou no referendo de 2016 sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
“Nigel Farage, defensor do Brexit, não pode virar as costas aos milhões que o seguiram e depositaram sua confiança nele. Mudei de ideia porque não posso decepcionar tantas pessoas”, disse ele.
Em seu discurso de anúncio, Farage, ex-membro do Parlamento Europeu por mais de duas décadas, reiterou suas críticas aos políticos de carreira, às elites distantes e à imigração em larga escala.
Aos 60 anos, ele também assumirá a liderança do Reform, antigo Partido Brexit. Desde sua fundação por Richard Tice, Farage atuava como presidente honorário e figura central.
Os Conservadores, no poder há 14 anos, enfrentam um crescente desejo por mudança.
Em 4 de julho, eleitores em todo o Reino Unido irão às urnas para preencher os 650 assentos na Câmara dos Comuns. O líder do partido que conseguir uma maioria na Câmara, seja sozinho ou em coalizão, se tornará Primeiro-Ministro.