Agricultores conduziram centenas de tratores até Bruxelas nesta terça-feira (4), para protestar contra as políticas ambientais da União Europeia, mas a ação foi rejeitada pelos principais grupos agrícolas, que afirmaram que ela não refletia as preocupações de seus membros.
Poucos dias antes das eleições para o Parlamento Europeu, de 6 a 9 de junho, agricultores dos Países Baixos, Bélgica, Polônia e Alemanha viajaram para Bruxelas para manifestar-se contra as políticas ambientais da UE que, segundo os organizadores, prejudicam a competitividade dos agricultores europeus.
“Viemos da Polônia porque sabemos que a origem do nosso problema está em Bruxelas. Queremos mudar profundamente o Acordo Verde”, disse o agricultor Damian Murawiec à Reuters durante o protesto em Laeken, no norte de Bruxelas.
Este é o mais recente de uma série de protestos de agricultores em toda a Europa, onde os trabalhadores agrícolas denunciaram os baixos preços dos alimentos, a regulamentação excessiva e os acordos de comércio livre que, segundo eles, dificultam a competição com as importações baratas.
O protesto foi organizado pelo grupo de lobby holandês Farmers Defence Force e apoiado por grupos de direita e de extrema direita. Com a polícia contabilizando cerca de 500 tratores, o número foi menor do que em protestos anteriores de agricultores realizados em Bruxelas este ano.
“Queremos que a Europa abandone o Acordo Verde porque ele não é realista”, disse Bart Dickens, presidente da seção belga da Farmers Defence Force.
A Farmers Defence Force, cuja secretária Sieta van Keimpema descreveu as preocupações com as mudanças climáticas como “histéricas”, afirmou que políticos do partido belga de extrema-direita Vlaams Belang e do grupo de direita Conservadores e Reformistas Europeus iriam se pronunciar no protesto à tarde.
O maior lobby agrícola da Europa, a Copa Cogeca, e a associação agrícola La Via Campesina, disseram à Reuters que seus membros não participariam.
“Rejeitamos esta tentativa de pequenos grupos que não têm propostas concretas para abordar as questões dos agricultores, de sequestrar as preocupações dos agricultores para promover seus próprios interesses partidários”, disse um porta-voz da Via Campesina.
