A Coreia do Sul planeja rescindir um acordo militar firmado com a Coreia do Norte em 2018, visando reduzir as tensões entre os países vizinhos, informou o gabinete presidencial nesta segunda-feira (3), após Seul ter alertado sobre uma resposta enérgica aos balões lançados por Pyongyang, os quais carregavam lixo em direção ao Sul.
A Coreia do Norte lançou centenas de balões que, impulsionados pelo vento, atravessaram a fronteira, dispersando lixo por todo o território sul-coreano. Esta ação foi considerada uma provocação por Seul, que rejeitou a alegação de Pyongyang de que os envios eram apenas uma “perturbação” para o vizinho.
O Conselho de Segurança Nacional declarou que apresentará um plano para suspender integralmente o acordo militar para a aprovação do gabinete em uma reunião marcada para terça-feira (4).
A suspensão do acordo permitirá que o Sul realize exercícios próximos à fronteira militar e adote “medidas suficientes e imediatas” em resposta à provocação da Coreia do Norte, conforme comunicado pelo Conselho.
Entretanto, não foram fornecidos detalhes sobre quais medidas seriam adotadas.
O pacto, resultante de meses de históricas cúpulas entre as duas Coreias em 2018, foi praticamente anulado quando Pyongyang declarou no ano passado que não estava mais vinculado a ele.
Desde então, o Norte reforçou suas tropas e armamentos nos postos de guarda próximos à fronteira militar.
Ao continuar a cumprir o pacto, houve “consideráveis problemas na rápida mobilização de nossas forças armadas”, declarou o Conselho.
Anteriormente, a Coreia do Sul havia anunciado que tomaria medidas “inaceitáveis” contra a Coreia do Norte por enviar balões de lixo para o outro lado da fronteira, o que poderia incluir propaganda sonora através de alto-falantes instalados na fronteira, dirigida ao Norte.
A Coreia do Norte justificou os balões como uma retaliação a uma campanha de propaganda realizada por desertores e ativistas norte-coreanos no Sul, que frequentemente enviam balões contendo panfletos anti-Pyongyang, além de alimentos, remédios, dinheiro e pen drives com vídeos musicais de K-pop e séries através da fronteira.
A reação da Coreia do Norte à campanha foi marcada pela indignação, preocupada com o potencial impacto dos materiais na psicologia das pessoas e no controle estatal sobre o público, conforme afirmaram especialistas.