A Medida Provisória (MP) que nomeou Paulo Pimenta como ministro para auxiliar na reconstrução do Rio Grande do Sul, é vista com desconfiança por parlamentares, que suspeitam de intenções eleitoreiras de Lula, ao posicionar o gaúcho pré-candidato como uma espécie de “governador biônico”. Há movimentos para encurtar a permanência do ministro no comando da pasta extraordinária, inicialmente prevista para durar até fevereiro de 2025. “Foi um gesto político baixo, politiqueiro”, afirma o senador Girão (Novo-CE).
Pré-campanha
Deputado pelo Rio Grande do Sul, o petista Paulo Pimenta não esconde a vontade de disputar o governo estadual em 2026.
Sem utilidade
A pressão para que a MP perca a validade em setembro está crescendo. O nível da água já deverá ter abaixado, permitindo o fechamento do ministério.
Vai cair
“O PT quer fazer tudo: culpar, lacrar, lançar candidato, menos salvar os gaúchos”, critica o senador Ciro Nogueira (PP-PI), esperando a queda da MP.
Sem clima
Para o senador Marcos Rogério (PL-RO), não há clima para aprovar a medida. “A situação das MPs está muito ruim”, avalia o senador.
Paulo Pimenta tem sentido na carne o quanto não é bem visto e bem-vindo no RS. Por onde passa é hostilizado, sendo vaiado. Diante desse incômodo, ele foi pedir socorro ao presidente Lula, que imediatamente assinou uma portaria determinando que o ministro relâmpago, vulgo governador biônico, fique sediado em Brasília de onde comandará o ministério da reconstrução. A portaria foi mais um tiro do pé. Se já estava difícil Pimenta entender e avaliar o cenário no local, chegando a dizer que não sabia para onde olhar e por onde começar, ficará impossível fazer isso a mais de 2 mil quilômetros de distância.
