O líder de uma das associações criminosas mais perigosas do Equador, José Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, fugiu da prisão, desencadeando uma série de eventos caóticos no país. A situação de segurança interna deteriorou-se consideravelmente quando os reclusos assumiram o controle de sete estabelecimentos prisionais, resultando no sequestro de seguranças e guardas.
Após sua fuga de uma prisão em Guayaquil, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, inicialmente decretou estado de exceção para auxiliar as Forças Armadas na busca por Macías. No entanto, a decisão gerou descontentamento entre os grupos de narcotráfico, resultando no sequestro de pelo menos sete policiais, tumultos nas prisões e confrontos nas ruas. Além disso, um grupo armado invadiu uma transmissão ao vivo na televisão pública.
O Histórico Criminal de “Fito”
José Villamar, conhecido como “Fito”, nasceu em 30 de setembro de 1979, na cidade de Manta, uma região estratégica para o tráfico de drogas no Equador. Envolvido desde jovem no mundo do crime, foi detido pela primeira vez em 2000 por acusações de roubo.
Cerca de uma década depois, foi preso novamente por tráfico de drogas e atividades criminosas organizadas. Sua fuga da prisão de máxima segurança La Roca, em fevereiro de 2013, juntamente com outros 17 detentos, resultou em um dos mais procurados do país. No entanto, foram capturados após dez meses em liberdade.
Na ocasião da última detenção, foram apreendidos cerca de 3,4 quilogramas de cannabis, aproximadamente 1 kg de cocaína, 147 munições, 195 fogos de artifício, eletrodomésticos, caixas de som e telefones celulares, segundo informações divulgadas pela Presidência de Guillermo Lasso.
Sob sua liderança, o gangue Los Choneros cresceu consideravelmente, chegando a ter pelo menos oito mil membros. A ascensão de Fito ao poder na organização ocorreu após o assassinato de Jorge Luis Zambrano, conhecido como Rasquiña, o líder anterior do grupo.
O Caos nas Prisões e os Desdobramentos
Em julho de 2023, durante um massacre na Penitenciária do Litoral que resultou em 31 mortes, Fito celebrou um acordo de paz com outros grupos, cessando sequestros e extorsões.
Visto publicamente pela última vez em setembro do ano passado, sua transferência para a prisão de La Roca, após o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, mobilizou cerca de quatro mil policiais. No entanto, um mês após a mudança, Fito estava de volta à sua prisão anterior.
Durante sua estadia na prisão, gravou um videoclipe chamado “El Corrido del León”, no qual é retratado em diferentes cenários, incluindo a prisão onde cumpria pena. O conteúdo gerou polêmica, levando a entidade que regula o sistema prisional a negar a autorização para entrada de equipamentos de gravação.
O vídeo também mostrava Fito com um chapéu, sentado e lendo um livro na prisão, simbolizando sua formação em Direito durante o período de detenção.
