Os bombardeios retornaram à região onde ocorreu um incêndio durante a madrugada de segunda-feira (27), resultando em dezenas de vítimas fatais. A Casa Branca declarou que Israel não cruzou as “linhas vermelhas” dos Estados Unidos.
Na terça-feira (28), um novo ataque israelense deixou pelo menos 37 mortos nos arredores da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Os bombardeios atingiram a mesma área do incêndio que causou várias mortes em um campo de refugiados palestinos deslocados, na madrugada de segunda-feira (27), após um ataque israelense.
As forças israelenses alegam a necessidade de entrar em Rafah para desmantelar o Hamas e libertar os reféns capturados no ataque de 7 de outubro, que desencadeou o conflito.
A Casa Branca condenou, na terça-feira (28), a morte de dezenas de civis em consequência dos ataques israelenses em Rafah, mas destacou que esses ataques não representam uma grande operação terrestre que ultrapasse as linhas vermelhas dos EUA.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou que os Estados Unidos estão monitorando os resultados de uma investigação israelense sobre o ataque. Segundo Kirby, as mortes civis resultaram de uma explosão secundária após um ataque bem-sucedido a dois membros do Hamas.
Os recentes ataques em Rafah testaram a promessa de Joe Biden de não fornecer armas a Israel caso o aliado dos EUA lançasse uma invasão de grande escala em Rafah, colocando em risco os refugiados.
Emmanuel Macron, presidente da França, anunciou na terça-feira que está pronto para reconhecer o Estado palestino, mas enfatizou que isso deve acontecer em um “momento oportuno”.
Macron também pediu o fim das operações em Rafah, descrevendo a situação na cidade do sul de Gaza como “terrível”.
Quase um milhão de pessoas conseguiu fugir de Rafah desde o início da incursão militar em maio. A maioria dos deslocados eram palestinos que procuravam abrigo na cidade do sul de Gaza por considerá-la “segura”.
Na última sexta-feira (24), o Tribunal Internacional de Justiça instou Israel a encerrar a ofensiva militar em Rafah, embora não tenha poder para impor tal ordem.