O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, manifestou preocupação sobre a exploração de petróleo pela Guiana nas proximidades da Margem Equatorial, na região Norte do Brasil. Segundo ele, o país vizinho está extraindo petróleo de uma área que deveria ser explorada pelo Brasil.
“Nossos irmãos da Guiana estão chupando de canudinho as riquezas do Brasil, estão explorando na divisa, em um bloco adquirido no governo Dilma [Rousseff, PT]. Não podemos desrespeitar contratos. É direito do povo brasileiro conhecer suas riquezas”, afirmou nesta segunda-feira (27) durante uma reunião de trabalho do G20 em Belo Horizonte.
Silveira defende a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, um projeto que enfrenta oposição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão negou, há pouco mais de um ano, a licença para a Petrobras perfurar um poço na bacia da foz do Rio Amazonas, causando um impasse entre as áreas energética e ambiental do governo.
O Ibama argumenta que a região é ambientalmente sensível e necessita de uma avaliação mais abrangente sobre os possíveis impactos da atividade petrolífera.
Silveira criticou setores que, segundo ele, dificultam o desenvolvimento nacional com uma atuação “dogmática”, mas evitou criticar diretamente a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Nunca vi uma opinião dela contrária ao mérito da exploração da Margem Equatorial. Mas, com relação ao Ibama, sei que parte do órgão está paralisada, em greve, tem suas limitações, mas não posso deixar de demonstrar minha ansiedade e angústia de fazer o Brasil rodar”, disse o ministro.
Ele destacou a necessidade de uma solução estrutural para o licenciamento ambiental no Brasil, de modo a não impedir o crescimento nacional, desde que respeitada a legislação ambiental.
Na semana passada, Silveira mencionou que ele e a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, compartilham a mesma visão sobre a importância da exploração de petróleo na região. Chambriard enfatizou a necessidade de reposição das reservas para evitar que o Brasil volte a ser um importador de petróleo.
“Temos que tomar muito cuidado com a reposição das reservas, a menos que a gente queira aceitar o fato de que podemos voltar a ser importadores, o que para mim está fora de cogitação”, afirmou Chambriard em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo.
A nova presidente da Petrobras também destacou a importância de acelerar os esforços exploratórios da empresa, referindo-se às reservas do Amapá e de Pelotas, no Rio Grande do Sul.
A exploração da Margem Equatorial é vista como crucial para o futuro energético do Brasil, mas enfrenta desafios significativos tanto na esfera ambiental quanto na administrativa. A área, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, é considerada uma nova fronteira para o Brasil, especialmente no estado do Amapá, com a expectativa de exploração de cerca de 10 bilhões de barris de petróleo – volume comparável às reservas provadas do pré-sal, que somam 11,5 bilhões de barris.