O governo Lula (PT) revisou suas projeções para o déficit das contas públicas deste ano, elevando-o de R$ 9,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões, equivalente a 0,1% do PIB. Embora o aumento seja significativo, a nova estimativa ainda se mantém dentro da margem de tolerância de 0,25% do PIB, permitindo ao governo fechar o ano com um déficit de até R$ 28,8 bilhões sem ultrapassar a meta.
Essa atualização foi encaminhada ao Congresso por meio do segundo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento. A liberação dos recursos anteriormente bloqueados, no valor de R$ 2,9 bilhões, reduzirá a pressão sobre as pastas afetadas pelo corte realizado em março pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.
Essa liberação foi possibilitada pela criação de um espaço fiscal permanente de R$ 15,8 bilhões em novas despesas, conforme previsto pelo artigo 14 da lei do novo arcabouço fiscal. Apesar do aumento das despesas, o impacto foi amortecido pela ampliação do espaço de gastos.
Entretanto, o mercado financeiro projeta um déficit maior, de 0,70% do PIB, devido a diferentes previsões sobre a arrecadação futura. O relatório destaca um aumento de R$ 24,4 bilhões nas despesas, principalmente em gastos obrigatórios, incluindo despesas relacionadas ao enfrentamento da calamidade pública no Rio Grande do Sul.
Além disso, houve um aumento nas estimativas de despesas com benefícios previdenciários e subsídios agrícolas, enquanto as receitas com impostos diminuíram, compensadas em parte pelo aumento das receitas com dividendos, exploração mineral e contribuições previdenciárias.