A Justiça de São Paulo aprovou, nesta segunda-feira (20), o pedido de recuperação judicial da varejista Polishop, envolvendo um montante de quase R$ 400 milhões.
Na decisão, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, afirmou que a Polishop atende aos requisitos legais para a solicitação. Como resultado, todas as execuções, arrestos e penhoras contra a empresa ficarão suspensas por 180 dias.
A Cabezón Administração Judicial continuará nomeada para supervisionar as atividades da companhia e deverá apresentar, em 48 horas, um termo de compromisso.
A administradora terá 15 dias para submeter uma proposta de trabalho e remuneração, além de um primeiro relatório sobre o andamento do processo.
A Polishop também foi instruída a fornecer contas mensais e outros documentos relevantes, como extratos bancários e comprovantes de pagamento de impostos.
Em até 15 dias, um edital será publicado para que os credores da empresa apresentem habilitações ou divergências à administradora judicial, conforme o processo.
Com a aprovação da solicitação, a Polishop tem 60 dias para apresentar seu plano de recuperação, no qual deverá detalhar como serão realizados os pagamentos trabalhistas e aos credores.
Crise reflete efeitos da pandemia
No pedido de recuperação judicial, a empresa declarou ter alcançado receita anual de R$ 1,2 bilhão. No entanto, em 2023, teve um prejuízo de R$ 155 milhões.
O setor varejista enfrenta uma crise contínua desde a pandemia da covid-19, sofrendo com altas taxas de juros e aumento da inadimplência.
A Polishop, no entanto, vinha enfrentando dificuldades de crescimento desde 2015. Segundo a companhia, a concorrência de novas empresas de e-commerce e o surgimento de marketplaces impactaram negativamente o negócio.
Procurada pela reportagem, a Polishop não se pronunciou sobre a decisão até o momento da publicação. O espaço permanece aberto para manifestações.