O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdolahian, morreram em um trágico acidente de helicóptero, em uma região montanhosa no noroeste do país, informaram nesta segunda-feira (20) a televisão estatal e a agência oficial de notícias iraniana Irna.
“Aiatolá Raisi e seus acompanhantes perderam a vida no acidente de helicóptero”, noticiou a televisão estatal iraniana.
“Aiatolá Raisi, o querido presidente de nosso país, faleceu em um acidente de helicóptero na região de Varzeqan, no Azerbaijão Oriental, e agora se uniu ao Reino Supremo”, confirmou a Irna.
Horas antes, o Crescente Vermelho havia informado que o helicóptero em que viajavam Raisi e Abdolahian havia sido localizado “sem sinais de vida”.
Também estavam na aeronave o governador do Azerbaijão Oriental, Malik Rahmati, e o líder das orações de sexta-feira em Tabriz, Mohammad-Ali Al-Hashem, além de um número não especificado de tripulantes.
A agência Irna informou que, após a morte do presidente, “foi convocada uma reunião urgente do Gabinete”, presidida pelo primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, que deve assumir a presidência de acordo com a Constituição iraniana.
Após o anúncio da morte de Raisi, começaram a chegar condolências de figuras importantes da política iraniana.
“Ofereço minhas condolências pelo martírio do Presidente da República, do meu querido irmão, o ministro das Relações Exteriores, e de outros mártires honrados deste trágico incidente”, disse o ex-chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, no Instagram.
“Pertencemos a Alá e a Ele retornaremos…”, afirmou na rede social X (antigo Twitter) o vice-presidente do Irã para Assuntos Executivos, Mohsen Mansouri.
O helicóptero em que o presidente iraniano viajava desapareceu neste domingo (19), enquanto retornava da cidade de Tabriz juntamente com duas outras aeronaves, que chegaram em segurança ao destino.
A imprensa oficial iraniana informou que o helicóptero com Raisi a bordo havia realizado um “pouso forçado”, sem explicar o motivo. Após a perda de contato por radar, uma ampla operação de resgate foi lançada, com ao menos 65 profissionais de resgate, mas as missões foram prejudicadas pelo mau tempo, com chuva e densa neblina na área montanhosa onde ocorreu o incidente, informou o Crescente Vermelho.
Neste domingo, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, pediu calma em relação ao paradeiro desconhecido de Raisi e garantiu que “não haverá interrupção nas funções do país”. No entanto, centenas de pessoas se reuniram nas cidades de Mashad, Qom e na capital, Teerã, para rezar pelo bem-estar do líder ultraconservador, de acordo com a TV estatal.
Raisi inaugurou ontem uma represa junto com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, na fronteira entre os dois países. O projeto foi descrito por ambos como um avanço nas relações bilaterais.
O líder islâmico assumiu o poder em 2021, após vencer a eleição presidencial com a menor participação de votantes na história do país, e era considerado um dos favoritos para suceder Khamenei. O governo de Raisi intensificou a repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime.