Nos meses seguintes às ordens de retorno ao escritório, um número significativo de funcionários experientes deixou grandes empresas do setor.
O fim do home office em algumas das maiores empresas de tecnologia, como Apple, Microsoft e SpaceX, foi seguido por um aumento nas saídas dos talentos mais experientes e difíceis de substituir. Isso é o que revela um estudo publicado na semana passada por pesquisadores da Universidade de Chicago e da Universidade de Michigan.
Os pesquisadores analisaram dados de currículos do People Data Labs para compreender o impacto do retorno forçado aos escritórios na permanência dos funcionários e na movimentação dos trabalhadores entre as empresas. O estudo encontrou uma forte correlação entre a saída de funcionários de nível sênior e a implementação das ordens de retorno, sugerindo que essas políticas tiveram um efeito negativo sobre a permanência e a senioridade da força de trabalho. A pesquisa indica que os funcionários de alto escalão permaneceram vários meses a menos do que teriam ficado sem a obrigatoriedade e, em muitos casos, migraram para concorrentes diretos.
Na Microsoft, a proporção de funcionários seniores na força de trabalho geral diminuiu mais de 5 pontos percentuais após a implementação da obrigatoriedade de retorno ao escritório. Na Apple, o declínio foi de 4 pontos percentuais, enquanto na SpaceX, a única das três empresas que exige trabalho totalmente presencial, a proporção de funcionários seniores caiu 15 pontos percentuais.
“Descobrimos que os funcionários experientes afetados por essas políticas nas principais empresas de tecnologia procuram trabalho em outros lugares, levando consigo alguns dos mais valiosos investimentos em capital humano e ferramentas de produtividade”, disse Austin Wright, professor assistente de políticas públicas da Universidade de Chicago e um dos autores do estudo. “Os líderes empresariais devem avaliar cuidadosamente as preferências dos funcionários e as oportunidades de mercado ao decidirem quando, ou se, determinarão o retorno ao escritório.”
