O Papa Francisco liderou uma audiência nesta quinta-feira, 16, na Sala Clementina, no Vaticano, reunindo cerca de duzentos participantes de várias partes do mundo, convocados pelo encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais, focado no tema “Da crise climática à resiliência climática”.
Em seu pronunciamento, o Papa destacou a urgência de proteger tanto as pessoas quanto a natureza, observando que os dados sobre as mudanças climáticas estão se deteriorando ano após ano. Ele elogiou as duas academias por liderarem o esforço e elaborarem um protocolo de resiliência universal, salientando a necessidade de apoiar e proteger especialmente as populações mais pobres, que contribuem pouco para a poluição, mas enfrentam os maiores impactos.
Francisco enfatizou que a destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado estrutural que coloca em perigo toda a humanidade, especialmente os mais vulneráveis, e que pode gerar conflitos geracionais. Ele questionou se estamos promovendo uma cultura da vida ou da morte.
O Papa abordou os desafios sistêmicos interligados, como as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a degradação ambiental, alertando que esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade e exigem uma abordagem coletiva e urgente.
Ele ressaltou o impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre os pobres, apesar de sua contribuição mínima para o problema, citando dados que destacam a disparidade entre nações ricas e pobres.
Além disso, Francisco destacou o papel das mulheres e das crianças na crise climática, enfatizando sua vulnerabilidade e seu potencial como agentes de resiliência e adaptação.
O Papa sublinhou a importância de uma abordagem universal e decisiva para promover mudanças políticas, buscando reduzir as emissões de carbono, descarbonizar globalmente e remover grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera.
Ele também enfatizou a necessidade de proteger as riquezas naturais, como as florestas tropicais, os oceanos e as terras agrícolas, e defendeu uma abordagem integrada que combata não apenas as mudanças climáticas, mas também a perda de biodiversidade e a desigualdade.
Por fim, o Papa agradeceu e incentivou os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais a continuarem trabalhando na transição da crise climática para a resiliência climática com equidade e justiça social, destacando a necessidade de agir com urgência, paixão e determinação.
