O político ultradireitista Geert Wilders anunciou nesta quarta-feira (15), que chegou a um acordo com partidos de direita na Holanda para a formação de um governo de coalizão, embora o líder ainda não tenha sido definido. Wilders indicou que não assumirá o cargo de primeiro-ministro devido ao seu perfil considerado radical.
“Discussões sobre o próximo primeiro-ministro acontecerão posteriormente”, disse Wilders a jornalistas.
O anúncio ocorre quase seis meses após o Partido da Liberdade (PVV), liderado por Wilders, ter vencido as eleições parlamentares com uma plataforma abertamente antieuropeia e islamofóbica, incluindo a promessa de banir o Alcorão e mesquitas. Conhecido como o “Trump holandês”, Wilders obteve 37 assentos no parlamento de 150 cadeiras, derrotando a aliança de esquerda de Frans Timmermans.
No entanto, devido ao sistema político holandês altamente fragmentado, o PVV não conseguiu formar um governo sozinho, até então, devido à falta de consenso com os partidos de direita BBB, VVD e NSC.
“Não esqueçam: eu serei primeiro-ministro da Holanda um dia. Com o apoio de ainda mais holandeses”, afirmou Wilders em março, após não conseguir liderar o governo e anunciar sua desistência. A coalizão, no entanto, ainda deve ser liderada por seu partido.
Na União Europeia, partidos populistas de direita já fazem parte ou lideram governos em vários países, e estão focados nas próximas eleições para o Parlamento Europeu.
Ex-ministro trabalhista cotado para o cargo
O atual primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, do VVD, é cotado para liderar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
De acordo com a agência de notícias AFP, o novo governo holandês, uma coalizão de quatro partidos, pode ser liderado pelo ex-ministro da Educação e do Interior Ronald Plasterk, do partido trabalhista PvdA. Plasterk ajudou a mediar as negociações para a formação do novo governo e, se assumir o cargo, provavelmente se juntará ao PVV de Wilders.
