Na noite desta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou a decisão de demitir o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que vinha enfrentando divergências públicas com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, especialmente em relação à distribuição de dividendos extraordinários da empresa. A situação de Prates se agravou nas últimas semanas, culminando em sua saída.
A substituição de Prates deve ser feita por Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo Dilma Rousseff. A demissão de Prates foi anunciada aos acionistas da Petrobras em um comunicado oficial da empresa, no qual também foi informado que Prates renunciará ao cargo de membro do Conselho de Administração da empresa.
As divergências entre Prates e Silveira não se limitaram apenas à distribuição de dividendos. Outros temas, como preços dos combustíveis, a meta de produção de biodiesel e a reinjeção de gás natural extraído de poços petrolíferos, também geraram atrito entre os dois.
Apesar das tensões, desde que assumiu a presidência da Petrobras, Prates implementou algumas medidas alinhadas aos objetivos de Lula para a empresa, como uma mudança na política de dividendos e o fim da política de preço de paridade de importação (PPI).
A demissão de Prates ocorre logo após a divulgação do balanço financeiro do primeiro trimestre de 2024, no qual a Petrobras registrou uma queda significativa no lucro líquido em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Magda Chambriard, a indicada para substituir Prates, é engenheira civil e possui uma vasta experiência no setor de energia e petróleo, tendo atuado na ANP e na Petrobras anteriormente. Sua nomeação vem após especulações sobre outros possíveis candidatos para o cargo, como Miriam Belchior, Ricardo Savini, Bruno Moretti e Rodrigo Debeux. Antes de Chambriard, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, era considerado o favorito para o cargo.