A sessão convocada para análise de vetos presidenciais nesta quinta-feira (9), expôs a fragilidade política do governo. Apesar dos esforços do Palácio do Planalto em adiar a votação dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, demonstrou-se a vulnerabilidade das negociações em curso.
A falta de apoio para conter as investidas da oposição, com respaldo de alguns membros do Centrão, forçou o governo a recorrer ao adiamento, buscando um acordo em meio ao caos político.
O impasse envolvendo o calendário de pagamento de emendas parlamentares revela a preocupação do Planalto com a possibilidade de tais recursos se tornarem moeda de troca em negociações políticas. Ministros veem o modelo aprovado pelo Congresso como uma restrição à sua atuação.
Após acaloradas discussões, ficou estabelecido que a análise dos vetos mais controversos ocorrerá em 28 de maio, às vésperas do feriado de Corpus Christi. Enquanto isso, líderes do governo anunciaram um acordo para a liberação parcial de recursos até 30 de junho, visando as eleições municipais.
A incerteza política permeia o ambiente legislativo, alimentada pela desconfiança em relação ao governo. A instabilidade se reflete na oscilação das decisões, onde acordos feitos hoje podem ser revertidos amanhã.
Em meio às reviravoltas, o governo conseguiu manter parcialmente seu veto a emendas de comissão, garantindo uma fatia do orçamento. Contudo, sofreu derrotas em outras frentes, como na regulamentação das apostas esportivas online.
Apesar das dificuldades, o governo busca ganhar tempo, adiando votações e tentando evitar derrotas iminentes. Ainda assim, sua articulação com o Congresso mostra-se fragilizada, deixando espaço para novas reviravoltas.