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sexta-feira, 11 outubro, 2024
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Invés de redução nas contas de luz, elas vão bancar aporte bilionário da Itaipu em obras da COP30

Por Marina B.

A usina binacional está prestes a assinar um convênio com o governo do Pará e a Prefeitura de Belém, uma medida que, segundo especialistas, evitará um aumento nas tarifas de energia. No entanto, a decisão foi fortemente criticada pelo setor elétrico.

O governo optou por direcionar mais de R$ 1 bilhão do caixa da Itaipu Binacional, para projetos de infraestrutura urbana em Belém, cidade que sediará a conferência climática da ONU (COP30) em 2025. Especialistas e organizações do setor energético argumentam que essa alocação de recursos é inadequada e representa uma oportunidade desperdiçada para reduzir as contas de energia no país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está programado para participar da cerimônia de assinatura dos convênios, no valor total de R$ 1,3 bilhão, entre a Itaipu Binacional, o governo do Pará e a Prefeitura de Belém.

De acordo com informações do Palácio do Planalto, esses recursos serão destinados à melhoria das vias urbanas da capital paraense, à expansão da rede de esgoto e à revitalização do entorno do mercado histórico de Ver-o-Peso.

Essa decisão tem gerado controvérsia, especialmente entre os consumidores de energia do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, que são os principais financiadores da usina binacional. Após o pagamento da dívida de construção da usina, a tarifa poderia ser reduzida, mas os crescentes gastos socioambientais têm impedido essa diminuição.

O ex-diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e atual presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, descreve a situação como um escândalo, destacando que embora os investimentos em infraestrutura sejam importantes, utilizar o dinheiro dos consumidores de energia para esse fim é injusto.

Os críticos também apontam que, ao longo dos anos, os recursos da usina têm sido utilizados para financiar projetos de infraestrutura em diversas regiões do país, distantes da própria usina. Isso inclui desde melhorias em aeroportos até a construção de pontes internacionais.

Em vez de uma redução significativa nas tarifas após o término do pagamento da dívida, os recursos da usina têm sido utilizados para projetos com propósitos políticos, o que tem causado indignação entre os consumidores e especialistas do setor energético.

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