O jogador do Flamengo, Gabigol, recebeu uma suspensão de dois anos após um acirrado julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD), com um placar final de 5 votos a favor e 4 contra. O acórdão revelou uma divisão entre os nove auditores, que, embora unânimes em identificar um comportamento “grosseiro” e “rude” por parte do jogador, divergiram em relação à decisão final.
Os cinco votos favoráveis à condenação foram baseados em uma série de condutas consideradas desviantes por parte de Gabigol, conforme descrito pelo presidente do TJD-AD, João Antonio de Albuquerque e Souza. Ele destacou um conjunto de quatro comportamentos que, segundo ele, evidenciaram uma tentativa de obstruir o processo de coleta de amostras e comprometer a análise posterior.
Por outro lado, entre os quatro votos contrários à suspensão, está o da vice-presidente do tribunal, Selma Fátima Melo Rocha, que questionou a credibilidade dos depoimentos dos coletores de amostras, apontando contradições em seus relatos e sugerindo uma possível conspiração para incriminar Gabigol.
O relatório do caso, apresentado pelo relator Daniel Chierighini, descreve detalhadamente as supostas infrações cometidas por Gabigol durante o processo de coleta de urina, incluindo a recusa em seguir as instruções dos oficiais, a demora para se apresentar para o exame e até mesmo a exibição de comportamento agressivo.
No entanto, a defesa de Gabigol argumenta que houve falhas no processo de coleta e que o jogador estava devidamente engajado em suas atividades no momento da chegada dos oficiais. Eles também contestam a veracidade dos depoimentos dos coletores e sugerem que houve má-fé por parte dos mesmos.
O caso agora segue para a Corte Arbitral do Esporte (CAS), onde a defesa de Gabigol busca um efeito suspensivo para permitir que o jogador retorne aos campos. A decisão final deve ser anunciada até o final de abril ou início de maio, após deliberação dos árbitros designados pelo tribunal suíço.