Passados quase 16 meses desde a terceira posse de Lula na presidência, a percepção é de que as promessas superam os resultados. Autoridades destacam a necessidade de ações mais concretas.
“A luta continua para desintrusão completa das terras indígenas, como a Munduruku, Caiapó e Yanomami, onde há garimpo e extração ilegal de madeira. Conseguimos a desintrusão de Apyterewa, mas é apenas o começo. Temos muito a fazer para honrar a luta dos povos indígenas”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“A população indígena ultrapassa um milhão, mas já foram mais de cinco milhões. Um milhão de indígenas foram eliminados a cada século de nossa história. É hora de reparação”, defendeu Silva.
Doenças, garimpo ilegal, extração predatória de madeira e fome são alguns dos problemas enfrentados pelas reservas indígenas. Muitas comunidades também clamam pela homologação de áreas cujos processos de demarcação não foram concluídos.
Às vésperas de um encontro na capital, esperava-se a confirmação de mais seis territórios, mas apenas duas novas reservas foram anunciadas. Marcio Santilli, do Instituto Sócio Ambiental, criticou a protelação da homologação, considerando-a frustrante para o movimento indígena.
Desde 2023, foram concluídas 10 demarcações. A ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara, ressaltou os desafios, especialmente com um Congresso conservador.
“No Brasil, temos indígenas isolados, em aldeias ou áreas rurais, além dos que vivem na cidade. Precisamos de mais vozes. Estamos enfrentando grandes desafios e precisamos avançar com mais presença indígena”, disse Guajajara.
No Acampamento Terra Livre, jovens como Terri Itaoca, de São Paulo, expressam o desejo de manter suas terras e culturas. Kaila Barbosa, do Espírito Santo, destaca a importância do encontro para unir os povos e preservar tradições ancestrais.
