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terça-feira, 1 outubro, 2024
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Especialistas alertam para impacto econômico dos ataques no Oriente Médio

Por Marina B.

Após os ataques iranianos a Israel e a escalada da tensão na região, o mercado internacional começa a se movimentar para avaliar os impactos econômicos do impasse geopolítico, potencialmente prejudicando a economia brasileira. Analistas financeiros e economistas destacam que o recente ataque pode gerar pressões inflacionárias em setores como o de petróleo, atrasar a redução das taxas de juros nos EUA e afetar a trajetória de queda da Selic no Brasil.

Armando Castelar, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), observa que o incidente entre Irã e Israel já era esperado pelo mercado, impactando diretamente os preços do petróleo e aumentando a aversão ao risco entre os investidores internacionais. Ele destaca que isso afeta as economias emergentes, como a brasileira, levando os investimentos estrangeiros para ativos mais seguros, como títulos da dívida dos EUA.

Castelar sugere que, caso a tensão seja controlada, a pressão inflacionária observada recentemente deve diminuir a curto prazo. Porém, ele ressalta que o cenário externo incerto pode influenciar a postura cautelosa do Banco Central do Brasil em relação aos cortes da taxa Selic.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, compartilha a visão de que o cenário tenso no Oriente Médio pode desacelerar o ritmo de cortes da Selic. Ele destaca que os conflitos na região afetam diretamente os preços do petróleo, gerando mais pressões inflacionárias nos EUA e possivelmente retardando ainda mais a redução das taxas de juros americanas.

Os especialistas destacam que é essencial monitorar a evolução do impasse entre Irã e Israel. Matheus Spiess, economista da Empiricus Research, alerta para a necessidade de cautela e serenidade na avaliação dos acontecimentos. Ele ressalta que, embora haja incertezas, no curto prazo não se vislumbra uma escalada para um possível conflito.

Darwin Dib, economista da Gauss Capital, destaca que o ataque iraniano gera aversão ao risco nos mercados globais, afetando o custo de captação de recursos para países como o Brasil, que dependem de investimentos estrangeiros. Dib alerta para uma possível fuga de capital do investidor internacional, prejudicando países como o Brasil, mas ressalta que o mercado cambial brasileiro tem demonstrado resiliência.

Os especialistas concordam que, embora o ataque do Irã tenha um impacto negativo, é improvável que altere drasticamente o panorama da Selic e a tendência de queda dos juros no Brasil, dada a resposta positiva do mercado cambial brasileiro às pressões externas. Contudo, destacam que o cenário geopolítico incerto pode influenciar as decisões do Banco Central e exigir cautela em relação aos cortes da Selic.

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