A região do Essequibo se tornou palco de uma acirrada disputa entre a Venezuela e a Guiana, após o presidente Nicolás Maduro promulgar uma lei que efetivamente criou um estado venezuelano na área, outrora pertencente à Guiana.
Em resposta, as autoridades guianenses emitiram um aviso enfático, declarando que “não tolerarão qualquer tentativa de anexação, apreensão ou ocupação de seu território soberano”.
A região é conhecida por sua riqueza em petróleo e outros minerais, o que levou a recentes tensões e até mesmo à intensificação do contingente militar brasileiro na fronteira com ambos os países.
A crise ganhou força nos últimos anos, especialmente após a descoberta de importantes reservas de petróleo e gás na área, levando o governo guianense a conceder licenças de exploração para a ExxonMobil, empresa americana.
Com mais de mil campos de exploração, dos quais cerca de 980 têm produção superior a 1 milhão de barris por ano ou reservas superiores a 25 milhões de barris, a região tornou-se alvo de interesse internacional.
A América Latina, de fato, teve o maior percentual de novas descobertas de petróleo no mundo entre 2022 e 2023, com 37,3% das novas reservas concentradas na Guiana, Colômbia, Cuba e Suriname.
Essas descobertas impulsionaram significativamente a economia guianense, levando o país a registrar o maior crescimento econômico na região, segundo dados do Banco Mundial.
A Guiana também se destaca como o país com o maior número de reservas de petróleo e gás descobertas nos últimos dois anos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos em termos de reservas sancionadas.
Com isso, a pequena nação se junta aos grandes produtores de petróleo na América Latina, como México, Venezuela, Colômbia, Brasil, Equador, Peru, Bolívia e Argentina, indicando uma nova dinâmica geopolítica na região.
O Brasil, maior produtor da região, visa dobrar sua produção até 2029, consolidando ainda mais seu papel como um dos principais atores no cenário energético latino-americano.