Olhar para trás e revisitar momentos marcantes é uma das vantagens da maturidade. Este ano, tive a oportunidade de retornar a duas cidades que me ensinaram muito há exatamente uma década.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, revi as dunas que testemunharam minha jornada durante a Copa do Mundo de 2014. Desta vez, explorei o semiárido interior para conhecer as habilidosas bordadeiras responsáveis pelos uniformes da cerimônia de abertura das Olimpíadas.
Em Lagoa Santa, Minas Gerais, reencontrei as águas que inspiraram Jesus “Suso” Morlan a transformar Isaquias Queiroz em um dos melhores do mundo. As bordadeiras, com sua tradição transmitida de geração em geração, deixam sua marca ao vestir os brasileiros em Paris. Enquanto isso, Lauro “Pinda” de Souza, o sucessor de Jesus, lidera os planos da seleção brasileira.
Em um momento nostálgico, relembrei um texto que escrevi em dezembro de 2014, quando visitei Lagoa Santa pela primeira vez. Naquela época, Jesus compartilhou comigo sua perspectiva sobre conciliar trabalho e família. Sua visão cínica, porém bem-humorada, contrastava com minha juventude.
Recentemente, ao me reunir com Isaquias em Lagoa Santa, percebi a relevância das palavras de Jesus. Isaquias, após uma temporada de treinos solitários na Bahia, retornou à cidade em busca de equilíbrio entre sua carreira e a paternidade. Sua esposa, Laina, desempenha um papel fundamental nessa jornada, permitindo que ele se concentre em alcançar novas conquistas olímpicas.
A motivação de Isaquias vai além da competição; ele anseia por compartilhar suas vitórias com a família em Paris. Enquanto isso, Lauro Pinda assume a missão de guiar o futuro da canoagem brasileira, mantendo viva a visão de Jesus.
Em meio a tudo isso, as bordadeiras de Timbaúba dos Batistas representam a força e a habilidade das mulheres brasileiras. Seja criando arte ou cuidando da família, elas contribuem para o tecido social do país.
À medida que envelhecemos, ganhamos a sabedoria de olhar para trás e aprender com nossas experiências.