À medida que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfrenta desafios contínuos nas últimas semanas, o governo Lula está considerando o médico sanitarista Adriano Massuda como um possível substituto, caso a permanência de Nísia se torne insustentável.
Massuda, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-secretário-executivo substituto do ministério durante a gestão de Alexandre Padilha entre 2011 e 2012, foi recentemente nomeado secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES) na gestão de Nísia, após a crise nos hospitais federais no Rio de Janeiro resultar na demissão do então secretário Helvécio Magalhães.
Fontes do governo federal, ouvidas pelo Estadão, afirmam que a escolha de Massuda não é apenas uma tentativa de apaziguar as tensões com uma figura de prestígio na academia e na vida pública, mas também uma preparação estratégica para o caso de Nísia não conseguir manter o cargo.
Segundo uma das fontes, Massuda é visto como um “jogador em espera”, indicado por Padilha para ficar pronto caso a troca seja necessária. Atualmente, é incerto se a ministra conseguiria resistir a uma possível reforma ministerial.
Uma possível substituição de Nísia seria estudada para garantir que o Ministério da Saúde, uma das pastas mais importantes e com maior orçamento do governo, permaneça sob o controle de aliados do PT, mesmo diante da pressão do Centrão para indicar um novo titular.
Massuda tem proximidade com Padilha e uma trajetória significativa no ministério, além de ser visto como uma opção que reduziria o risco de críticas de sanitaristas e cientistas. Ele também é reconhecido por sua experiência acadêmica e gestão na área da saúde.
Assim como Nísia, Massuda também possui uma destacada trajetória como pesquisador e professor, com mestrado e doutorado em Saúde Coletiva pela Unicamp, e experiência na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Universidade Harvard. Na esfera pública, ele também atuou como secretário municipal da Saúde de Curitiba entre 2013 e 2015.