Os especialistas em energia criticaram duramente a MP assinada pelo governo, descrevendo-a como um enigma indecifrável com ações contraditórias. Embora tenha sido apresentada como uma solução para diminuir as tarifas e promover a energia verde, sua implementação resultará apenas em um alívio momentâneo de 3,5% a 5% nos preços, de acordo com o governo Lula, ao custo de prolongar subsídios desnecessários para empresas e aumentar a conta de luz em pelo menos 7% a partir de 2029, segundo estimativas privadas.
Jerson Kelman, ex-diretor da Aneel, comparou a compreensão da MP a decifrar hieróglifos egípcios, indicando a dificuldade em entender suas nuances. Ele questionou quem será responsável pelo cálculo dos subsídios e criticou a falta de transparência técnica na MP.
A cerimônia de assinatura da MP não abordou detalhes técnicos ou números específicos, levantando preocupações sobre a falta de vantagens a longo prazo para os consumidores, de acordo com especialistas.
Um ponto de discordância significativo foi a prorrogação dos subsídios para o setor de energia renovável, que já é lucrativo e não necessita desse apoio. Essa extensão dos subsídios foi impulsionada pela pressão de estados do Nordeste, onde há muitos parques solares e eólicos.
Um estudo da consultoria PSR destacou que a extensão desses subsídios poderia aumentar significativamente os custos para os consumidores de energia, especialmente se aplicado a uma grande quantidade de projetos renováveis.
Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel, expressou preocupação com o aumento inevitável na conta de luz devido à prorrogação dos subsídios, destacando que, apesar de uma pequena redução imediata, o impacto negativo será sentido já em 2029.