Um tribunal em Bolonha, no norte da Itália, negou o pedido de liberdade temporária feito pelo ex-terrorista Cesare Battisti, de 69 anos, que cumpre pena perpétua por seu envolvimento em quatro homicídios durante a década de 1970.
O pedido foi feito enquanto Battisti estava detido na penitenciária de Parma, na região da Emilia-Romagna, antes de ser transferido para uma prisão em Massa, na Toscana, no final de 2023. O Tribunal de Vigilância de Bolonha, responsável pela jurisdição que inclui a penitenciária de Parma, rejeitou a solicitação antes do período da Páscoa.
Em dezembro passado, Battisti expressou interesse em encontrar-se com os familiares das vítimas na tentativa de obter permissão para sair da prisão por alguns dias. Ele deseja participar de mediação penal, um instrumento de justiça restaurativa recentemente introduzido na Itália, que permite que detentos cumprindo pena perpétua saiam da prisão por até 45 dias por ano.
No entanto, os familiares das vítimas têm o direito de recusar o encontro. “Cesare Battisti tem todo o tempo do mundo para esperar, mas eu não estou pronto”, afirmou Adriano Sabbadin, filho do açougueiro Lino Sabbadin, morto pelo grupo extremista PAC em 1979.
Battisti foi condenado por seu envolvimento no planejamento de um desses homicídios, bem como pelo assassinato do joalheiro Pierluigi Torregiani, e por ter sido o executor material de outros dois assassinatos, contra os policiais Antonio Santoro e Andrea Campagna, ambos em 1978.
Somente em 2019, após finalmente ser extraditado para a Itália, Battisti confessou os crimes. Anteriormente, ele sempre se declarou inocente, inclusive durante o longo período em que viveu no Brasil.
