Diante da defasagem nos preços dos combustíveis em relação ao mercado internacional, técnicos da Petrobras estão alertando para a necessidade de um reajuste futuro nos preços da gasolina e do diesel.
Segundo informações do jornal O Globo, o tema pode entrar na pauta nos próximos dias, porém, a falta de apoio político reduz as chances de um reajuste significativo.
Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) revelam que a defasagem do preço da gasolina no Brasil chegou a 18%, enquanto a do diesel atingiu 13%.
Essa discrepância é reflexo do aumento do preço do barril de petróleo tipo Brent, que ultrapassou os 90 dólares.
Crise na liderança da Petrobras
A crise entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tornou-se o novo foco de tensão política. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descarta a possibilidade de demitir Prates e indicar o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, para o cargo.
O embate mais recente entre os líderes ocorreu durante as discussões sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates propunha distribuir metade dos recursos aos acionistas, mas Silveira e o conselho discordaram devido às preocupações sobre o impacto nos investimentos em energia limpa.
Silveira argumentou que a Petrobras não deveria se concentrar exclusivamente na distribuição de lucros excessivos aos acionistas, o que resultou em uma perda de 55 bilhões de reais no valor de mercado da empresa.
Condições para a permanência de Prates
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estaria disposto a manter Jean Paul Prates no cargo, desde que algumas condições sejam atendidas.
A permanência de Prates estaria condicionada a uma mudança de postura, especialmente em relação à sua suposta subserviência ao mercado financeiro, evidenciada durante as discussões sobre a distribuição de dividendos extraordinários no Conselho de Administração da Petrobras.
