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segunda-feira, 30 setembro, 2024
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Flamengo: Campeão carioca com domínio absoluto e novos heróis emergentes

Por Marina B.


O 38º título carioca do Flamengo é uma prova viva do equilíbrio preconizado diariamente por Tite. A vitória por 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu retrata um time que se recusou a sofrer ao longo de todo o campeonato. Você consegue se lembrar de algum jogo no estadual em que o time passou por apuros? Provavelmente não. Esse é o retrato do Flamengo sob o comando do gaúcho de 62 anos. Em 15 jogos, o Flamengo venceu 11 e empatou quatro, registrando o melhor ataque (29 gols), a defesa menos vazada (um gol sofrido) e o artilheiro – Pedro, com 11 gols. Além disso, encerrou como o time mais disciplinado, com apenas 27 cartões – um vermelho, de Thiaguinho, em uma partida dos jovens contra o Nova Iguaçu no primeiro turno.

O desafio agora é manter a segurança e o equilíbrio demonstrados em competições muito mais desafiadoras, como o Brasileirão e a Libertadores. O “ano começa de verdade” a partir desta segunda-feira.

A confiança está em alta, e novos protagonistas emergem, distanciando o atual Flamengo daquele de 2019. E, acredite, isso é positivo. Ter aquela equipe espetacular em memória abre espaço para o surgimento de uma nova que proporciona novos prazeres aos seus torcedores, como a ausência de sofrimento e a certeza de vitórias ao voltar ao Maracanã. Times diferentes, porém eficazes.

“O cara” em 2022, Pedro, teve seu lugar como titular absoluto retirado durante a desastrosa gestão de Sampaoli, mas recuperou a confiança com Tite e se tornou definitivamente o homem-gol do Flamengo. Ele já o era mesmo quando Gabigol não estava suspenso. Pedro é um ídolo consolidado, amado pelas crianças e, pelo terceiro ano consecutivo, mantém uma média de gols altíssima (0,93 por jogo – 14 marcados em 15 partidas). Goleador do Flamengo em 2022 e 2023, alcançou a segunda artilharia de competições pelo clube do coração. A primeira foi conquistada no tri da Libertadores.

Na defesa, mais um jogador se destacou. Se no ano passado, Fabrício Bruno tornou-se peça fundamental tanto em campo quanto na postura de líder para enfrentar os momentos ruins, Léo Pereira vive um 2024 iluminado. Com três gols marcados, é um dos vice-artilheiros da equipe, mas o mais marcante é o quanto tem contribuído para a construção. Firme no sistema defensivo, o zagueiro tem mostrado sua grande qualidade técnica tanto em lançamentos quanto ao surgir como um meia para tentar o último passe. Além disso, seu sorriso fácil, carisma e até mesmo seu relacionamento com Karoline Lima o ajudaram a se consolidar como ídolo. O “Karolino” ou o “Thor da Liga da Justiça” está nos braços da torcida. E é impossível falar desse Campeonato Carioca sem mencionar o impacto de De la Cruz na transformação do Flamengo. Como ritmista da equipe, ele é o antídoto contra a apatia. Em jogos como o deste domingo, com o campeonato já decidido e a equipe dosando as energias, ele surge como um raio, acelerando o ritmo para oferecer aos mais de 65 mil presentes uma partida mais empolgante.

Na opinião do autor deste texto, De la Cruz foi o craque do Campeonato Carioca, apesar de não ter marcado gols e ter registrado apenas uma assistência. Os quase R$ 80 milhões investidos nele foram muito bem aplicados. No jogo deste domingo, apesar de não ter feito uma grande partida, mostrou sua presença tanto na marcação – sendo o líder de desarmes ao lado de Arrascaeta e Ayrton – quanto ao ingressar na área e criar perigo. O jogo transcorreu sem sustos, mesmo em um ritmo lento.

O primeiro tempo da magra vitória por 1 a 0 foi marcado por um ritmo muito lento. Com um Flamengo permissivo, o Nova Iguaçu pressionou eficazmente por cerca de 20 minutos, mas não causou grandes danos.

Como observado por Léo Pereira no intervalo, o Flamengo insistiu muito nos lançamentos e não buscou as trocas de passes. Destaque do time na etapa, Pereira fez a leitura certa de que a equipe precisava se aproximar mais.

Apesar da observação do zagueiro, os melhores lances do Flamengo no primeiro tempo surgiram de lançamentos de Pereira, Rossi e Fabrício Bruno. Everton Cebolinha acertou a trave e Arrascaeta parou no goleiro.

O gol derradeiro

Se o Flamengo tem novos ídolos, o merecido título de campeão carioca não poderia ter tido um dono melhor para o gol da vitória. Bruno Henrique é muito amado pelos rubro-negros e seu nome foi gritado com entusiasmo. Não é à toa que o momento mais ruidoso do jogo foi quando Tite o colocou em campo. O gol estava próximo. Pedro já havia deixado Arrascaeta e Everton Cebolinha na cara do gol com dois passes geniais, mas ambos falharam. Cebolinha ainda acertou a trave em outro chute e rolou para De la Cruz perder uma chance na pequena área. Era questão de segundos para o placar ser alterado, mas tinha que ser com alguém que ajudou – e muito – a transformar o Flamengo.

A histeria por Bruno Henrique foi aplacada aos 25 minutos do segundo tempo, quando Tite o substituiu. Quatro minutos depois, veio a catarse com o golaço de Bruno Henrique, uma jogada espetacular para encerrar com chave de ouro a impecável campanha rubro-negra.

Léo Pereira, que pediu para o time usar menos os lançamentos, fez um lindo passe. Ayrton Lucas cruzou para Bruno Henrique acertar um belo chute de esquerda. Um gol de primeira. O gol do campeonato. Este campeonato, frequentemente questionado, foi crucial para devolver a confiança ao Flamengo após um ano terrível. O time entra na Libertadores e no Brasileirão como favorito. Um favorito equilibrado, renovado e avesso ao sofrimento.

Com novos protagonistas, o coletivo implementado por Tite e sua comissão técnica fez do Flamengo um campeão totalmente incontestável.

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