O empresário bilionário Elon Musk, proprietário da plataforma de mídia social X (antigo Twitter), questionou o Ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, sobre a razão pela qual ele “exige tanta censura no Brasil”. O comentário foi feito na madrugada de sábado, dia 6, em resposta a uma postagem do ministro datada de 11 de janeiro, na qual Moraes parabenizava seu ex-colega do STF, Ricardo Lewandowski, pela nomeação como ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula.
Musk, que tem se pronunciado repetidamente em defesa da liberdade de expressão, inclusive financiando a defesa de usuários de mídias sociais que sofreram represálias por expressar opiniões na plataforma, compartilhou com o jornalista Michael Shellenberger e-mails internos da empresa no Brasil, em uma nova rodada do que foi chamado de “Twitter Files”. O conteúdo foi divulgado por Shellenberger, em colaboração com a Gazeta do Povo, na última quarta-feira: nos e-mails, consultores jurídicos questionaram demandas do TSE e de outros tribunais e órgãos, como o Ministério Público, que parecem contradizer a legislação brasileira, incluindo o Marco Civil da Internet, e que os advogados consideram como “pesca probatória” e “violação da intimidade”. Em um caso, por exemplo, as autoridades solicitaram dados de usuários que haviam usado hashtags em apoio ao voto impresso auditável.
Musk já havia se pronunciado recentemente sobre julgamentos relacionados aos eventos de 8 de janeiro e outros ataques à liberdade de expressão no Brasil. Poucos dias após a invasão das sedes dos três poderes, o bilionário respondeu a uma série de tweets de Glenn Greenwald sobre decisões de Moraes que resultaram na suspensão de perfis em redes sociais. Em março deste ano, ele considerou “muito severa” a pena de 17 anos imposta a um motoboy preso em uma das torres do Congresso Nacional.
