O governo liderado por Javier Milei está adotando medidas para combater a militância nas escolas da Argentina. O presidente libertário anunciou, nesta quinta-feira, 5, que proporá um projeto de lei para criar uma plataforma onde pais e alunos poderão denunciar a “doutrinação e atividades políticas que não respeitem a liberdade de expressão” nas salas de aula.
A informação foi confirmada em uma coletiva de imprensa na Casa Rosada, sede do governo, pelo porta-voz do Executivo, Manuel Adorni. O canal de denúncia é uma das iniciativas de Milei para modificar a Lei Nacional de Educação.
“O canal visa a proteger o direito à educação quando este não está sendo respeitado”, explicou Adorni. “É preocupante ver conteúdos tingidos de militância nas salas de aula ou em eventos escolares”.
Greve dos professores O anúncio de Milei coincidiu com uma greve de 24 horas dos professores, iniciada nesta quinta-feira e convocada pela Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina (Ctera).
O sindicato está reivindicando a restauração do Fundo Nacional de Incentivo ao Docente, a defesa das aposentadorias da categoria e um maior financiamento para a educação.
Adorni criticou a paralisação e questionou por que os sindicatos de professores não adotaram medidas semelhantes em 2023, quando o país era governado pelo peronista Alberto Fernández.
O porta-voz do governo Milei destacou que essas greves causam “atrasos” e interrupções no calendário escolar do país. Assim como no Brasil, na Argentina, o ano letivo também começa em março.
“Que futuro resta para um país devastado se aqueles que o lideram estão reféns de sindicalistas que os usam para negociar seus próprios privilégios?”, questionou o porta-voz.