A divulgação de outra série de documentos do “Twitter Files” nesta quarta-feira (3), provocou críticas entre parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), revelando uma ação do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para monitorar políticos na plataforma.
De acordo com os e-mails trocados entre o TSE e a equipe jurídica do Twitter no Brasil e nos Estados Unidos, Moraes teria solicitado informações sobre usuários que publicavam com hashtags específicas, além de exigir que a plataforma fornecesse informações pessoais sem investigação policial em um processo legal.
Entre os políticos supostamente monitorados pelo ministro estão os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Carla Zambelli (PL-SP). Van Hattem reagiu imediatamente após a divulgação da ação do TSE, descrevendo-a como “um absurdo” e destacando que isso confirma suas preocupações anteriores sobre o assunto.
O partido Novo, ao qual Van Hattem é filiado, caracterizou o caso como um exemplo do modus operandi adotado pelo TSE, alegando que a Corte censura e restringe discursos sem seguir os procedimentos legais apropriados.
Por outro lado, Zambelli e outros deputados adotaram uma abordagem mais cautelosa sobre o assunto. Zambelli preferiu não comentar diretamente e apenas republicou uma postagem sobre o caso em seu perfil. Da mesma forma, outros deputados, como Daniel Freitas e Gustavo Gayer, expressaram preocupação com a seriedade do escândalo, sem aprofundar muito os comentários.
O deputado Nikolas Ferreira recomendou uma leitura atenta dos “Twitter Files”, repostando a publicação que divulgou os documentos. A oposição ressalta que o combate à desinformação não deve ser usado como pretexto para silenciar vozes políticas divergentes, destacando a importância da liberdade de expressão para a democracia.
