Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou na quarta-feira (3), que a inflação e os núcleos estão em declínio na maioria dos países emergentes. No entanto, ele ressaltou um aumento na inflação de serviços em algumas regiões, levando alguns bancos centrais a investigar a relação entre mão de obra escassa e os preços de serviços.
Essa declaração ocorre duas semanas após o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidir reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, marcando a sexta queda consecutiva desde agosto de 2023.
Considerando a taxa Selic como principal ferramenta para controlar a inflação, Campos Neto enfatizou que juros mais altos tendem a restringir o crédito, desestimular o consumo e fomentar novas oportunidades de investimento.
Em relação à inflação no Brasil, encerrada em 2023 em 4,62% conforme o IPCA, Campos Neto destacou o aumento em fevereiro, atingindo 0,83%. Esse aumento, segundo ele, reflete uma análise mais complexa dos núcleos de inflação, indicando uma desaceleração, mas em alguns países, uma estagnação ou até mesmo um leve aumento.
O presidente do BC apontou que o processo de desinflação foi influenciado principalmente pelos preços de alimentos e energia, ocorrendo em um contexto de pleno emprego. No entanto, ele alertou que o cenário global da inflação tem se tornado mais desafiador recentemente.
Essas observações foram feitas durante a participação de Campos Neto no 10º Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI em São Paulo.