Em apenas três anos, o Pix, o popular sistema de pagamento do Brasil, emergiu como a preferência nacional, substituindo o uso de dinheiro e transferências eletrônicas em muitas situações e agora desafiando o domínio dos cartões de crédito no setor em rápido crescimento do comércio eletrônico.
Os pagamentos instantâneos introduzidos pelo banco central do Brasil têm sido uma benção para os varejistas online, facilitando o fluxo de caixa em um setor com margens apertadas, enquanto desafiam os modelos de negócio legados de bancos e fintechs construídos em torno da infraestrutura existente dos cartões de crédito.
Há quase dois anos, o presidente do banco central, Roberto Campos, antecipou o potencial do financiamento aberto e da plataforma Pix, prevendo o possível fim dos cartões de crédito. Desde então, as tendências de mercado têm validado suas previsões. O uso do Pix aumentou significativamente no ano passado, ultrapassando as transações combinadas de cartões de crédito e débito em cerca de 23%.
Para os consumidores, a transição para o Pix foi praticamente sem atrito, bastando escanear um código QR com qualquer aplicativo bancário, em vez de pegar a carteira. Contudo, para os vendedores, isso mudou o panorama no lucrativo setor de pagamentos com cartão. No varejo online, os pedidos pagos com Pix aumentaram consideravelmente, enquanto os pagamentos com cartão de crédito diminuíram.
Essa tendência provavelmente se intensificará com a introdução de novas funcionalidades no Pix pelo banco central, como pagamentos recorrentes e compras parceladas, o que ampliará ainda mais o papel do sistema no varejo.
Ao eliminar intermediários, o Pix está colocando pressão sobre as redes de cartões e processadores de pagamento, reduzindo as taxas para os varejistas em comparação com as transações com cartões de débito e crédito.
O sucesso do Pix tem sido evidente, movimentando uma quantia substancial em transações e ganhando aceitação tanto entre pessoas físicas quanto entre empresas. O banco central estima que os pagamentos entre pessoas e empresas cresceram significativamente desde o lançamento do Pix.
Embora o Pix não ofereça as mesmas proteções contra fraudes que os cartões de crédito, sua ampla adoção e custos mais baixos para os vendedores o tornaram o sistema de pagamento preferido para muitos varejistas.
O banco central está se preparando para lançar novos recursos, como o Pix Automático e o Pix Garantido, que devem aumentar ainda mais sua atratividade, acelerando sua ascensão como o principal meio de pagamento no Brasil e representando uma ameaça crescente para os cartões de crédito.
