Na última segunda-feira (01/04), a cidade de Port-au-Prince, capital do Haiti, foi cenário de novos confrontos armados. A polícia local enfrentou membros de gangues por várias horas, enquanto estes tentavam assumir o controle do Palácio Nacional haitiano.
Durante os confrontos, pelo menos um policial foi ferido a tiros e obrigado a fugir do local junto com outros agentes em um veículo blindado, que acabou sendo incendiado posteriormente.
Essa recente onda de violência no país insular do Caribe teve início após o anúncio do primeiro-ministro cessante de que o amplo conselho de transição está quase completo, com a adesão de quase todos os membros. Espera-se que este conselho desempenhe um papel fundamental em resolver a atual crise social e política e em preparar o terreno para novas eleições.
Devido aos tiroteios entre gangues e a polícia, dezenas de pessoas ficaram encurraladas por várias horas nos edifícios próximos. Um homem, que preferiu não revelar seu nome por medo de represálias, relatou à AP que ficou preso por cinco horas até ser resgatado pelas autoridades.
“Ouvimos os disparos e tivemos que sair. Não podíamos ficar lá. Saímos todos com as mãos para cima, não conseguíamos identificar quem estava atirando”, disse ele.
Esses tiroteios mais recentes ocorrem mais de um mês após diversos ataques de gangues contra as principais instalações do governo. Em ataques anteriores, as gangues incendiaram delegacias de polícia e o principal aeroporto internacional do Haiti, que permanece fechado. Além disso, invadiram as duas maiores prisões do país, resultando na libertação de mais de 4.000 detentos.
A ONU estima que o Haiti necessite de 4.000 a 5.000 novos agentes de polícia para enfrentar a “violência catastrófica” das gangues no país.