Na última quarta-feira (27), uma rachadura na fachada de amizade entre o governo Lulopetista e o regime chavista na Venezuela se revelou. O Itamaraty expressou “preocupação” após Caracas vetar a candidatura da opositora Corina Yoris, um ato criticado pelo presidente Lula da Silva como “grave” e “sem explicação jurídica e política”.
Yoris, uma candidata de oposição, foi barrada pelo judiciário controlado pelo chavismo, com Caracas tentando justificar suas ações enquanto ainda desfrutava da simpatia do governo brasileiro. O Itamaraty condenou timidamente as ações do regime venezuelano, mantendo a esperança em uma eleição injusta como um caminho para “normalizar” a vida política na Venezuela.
Essa postura fraca é coerente com a hesitação do líder petista em enxergar a realidade. Caracas conseguiu manipular o Brasil e ainda ser grata a Lula por suas “expressões de solidariedade”, mesmo o acusando de servir aos interesses dos EUA. Enquanto o regime venezuelano continua suas práticas de repressão contra opositores, Lula minimiza a situação, equiparando os processos judiciais questionáveis a situações anteriores no Brasil.
A “preocupação” do governo Lulopetista não é uma revelação de que as eleições na Venezuela são injustas, mas sim uma reação às óbvias violações das aparências democráticas pelo regime chavista. Lula, anteriormente conivente com Maduro, agora é confrontado com a realidade nua e crua do autoritarismo venezuelano.
Apesar disso, as ações do PT, como a celebração da eleição do autocrata russo Vladimir Putin e um acordo com o Partido Comunista de Cuba, mostram que as alianças políticas do partido permanecem inalteradas, independente das violações aos direitos humanos e à democracia.
Enquanto Lula elogiava Maduro como a realização do sonho de Chávez, a Venezuela mergulhava em crise, com milhões fugindo da pobreza e da violência. Para Lula, essa realidade parece estar distante de seus sonhos políticos.