O número de pessoas que realizaram travessias ilegais pelo Canal da Mancha em pequenas embarcações desde o início do ano aumentou em 41,7% em relação a 2023, alcançando um nível recorde, conforme relatório divulgado pelo governo britânico. Essas travessias representam um risco significativo, com sete fatalidades registradas desde o início do ano.
No primeiro trimestre de 2024, 5.373 pessoas fizeram a travessia ilegalmente, um aumento de quase 1.500 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Somente em março deste ano, o número saltou para 3.118, com um aumento notável nos últimos dias.
Apenas no domingo (31), 442 pessoas chegaram à costa inglesa em nove botes infláveis, frequentemente superlotados, enquanto 349 foram registradas no dia anterior.
Desde o início do ano, pelo menos sete migrantes, incluindo uma menina de sete anos e um adolescente de 14, perderam a vida no mar enquanto tentavam chegar à Inglaterra.
Em 2023, quase 30.000 migrantes atravessaram ilegalmente o Canal da Mancha, um número inferior ao recorde alcançado em 2022 (45.000), conforme destacado em um relatório do governo.
Desde que assumiu o cargo em Downing Street há um ano e meio, o primeiro-ministro Rishi Sunak tornou a luta contra a imigração irregular uma de suas prioridades, reafirmando seu compromisso de “deter os barcos”.
O aumento nas travessias do Canal da Mancha provavelmente enfraquecerá ainda mais os conservadores meses antes das eleições legislativas. As pesquisas de opinião indicam uma vantagem significativa para a oposição trabalhista liderada por Keir Starmer.
Um amplo estudo com 15.000 pessoas, divulgado no fim de semana, não apenas aponta uma vantagem de 19 pontos para os trabalhistas (observada por meses), mas também sugere que os conservadores poderiam ficar com menos de 100 assentos na Câmara dos Deputados, em comparação com os 348 atuais.
Outra pesquisa, envolvendo 18.000 entrevistados, levanta a possibilidade de um Parlamento com apenas 80 deputados conservadores.
Atualmente em discussão no Parlamento, o controverso projeto de lei do governo para deportar migrantes para Ruanda enfrenta resistência na câmara alta, a dos Lordes, que busca suavizar o texto.
Um porta-voz do Ministério do Interior enfatizou no domingo que “o número inaceitável de pessoas continuando a atravessar o Canal da Mancha demonstra por que é crucial implementar os voos para Ruanda o mais rápido possível”.
