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segunda-feira, 14 outubro, 2024
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Assassinato de Marielle: Como a esquerda transformou uma tragédia em arma política

Por Alexandre G.

Seis anos após o trágico assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ), ela se tornou um ícone da esquerda, inspirando protestos sociais e campanhas políticas. O crime, que a transformou em símbolo político, levou sua irmã, Anielle Franco, a ser indicada para o Ministério da Igualdade Racial no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e sua viúva, Monica Benicio, a se eleger para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Recentemente, o caso ganhou destaque com a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão e de seu irmão Domingos Inácio Brazão, apontados como mandantes do assassinato pelo executor do crime, Ronnie Lessa. O suposto motivo por trás do homicídio está ligado à disputa pela regularização de terrenos controlados por milicianos no Rio de Janeiro.

O crescimento do PSOL nas eleições nacionais de 2018 coincidiu com o assassinato de Marielle, embora não haja uma relação direta de causa e efeito entre o crime e o aumento da bancada do partido. Além do impacto eleitoral, Marielle foi homenageada em Paris, teve um projeto de lei inspirado em sua luta e foi lembrada por diversas universidades ao longo dos anos.

Para o cientista político Adriano Cerqueira, a identificação dos mandantes do crime pode influenciar a estratégia do PSOL, especialmente ao criticar a demora das investigações. O caso também foi explorado pela esquerda para desgastar Jair Bolsonaro e seus aliados, mas nenhuma ligação direta ou indireta foi provada.

A família de Marielle rejeitou a federalização das investigações em 2020, vista por alguns como uma manobra política para evitar interferência do governo federal. Marcelo Freixo (PSOL) acusou Bolsonaro de tentar controlar as investigações. No entanto, recentemente, Freixo afirmou que o caso só foi resolvido porque Lula assumiu o poder. Ou seja um antagonismo absoluto. Durante o governo Bolsonaro, Freixo berrou que não aceitava a federalização da investigação, mas quando Lula chegou a presidência e Flávio Dino resolveu federalizar, ele aplaudiu. Freixo sempre deixou claro, que pelo fato da esquerda acreditar que Bolsonaro estaria “envolvido no crime”, ele atrapalharia as investigações e portanto com Dino a frente, certamente Bolsonaro seria colocado na cena do crime, o que não aconteceu para desespero da esquerda. Contudo as investigações avançaram e surpreendeu a todos. Domingos Brazão como mandante não foi surpresa, seu nome já havia sido vinculado ao crime, mas a revelação do envolvimento de seu irmão e que o idealizador do crime é o ex-chefe da polícia civil, delegado Rivaldo Barbosa, chocou a todos. Rivaldo já tinha sido mencionado por informantes, que havia recebido 400 mil reais para frear as investigações, mas tem mais, Rivaldo começou a planejar o crime em 2017 e chegou a ditar regras aos mandantes, que consequentemente as passaram para os executores, de que a vereadora não poderia ser assassinada na saída ou entrada da Câmara Municipal, justamente para que a investigação não fosse federalizada. Assim, ele como delegado comandaria as investigações, impediria avanços e protegeria quem participou. Por isso o nome do Domingos Brazão, aparecia e desaparecia das investigações. Ainda há muito a ser esclarecido. Por que um delegado resolve mandar matar uma vereadora? Marielle não era desconhecida do delegado, eles não só se conheciam, como ela acreditava no trabalho dele. Quando se fala em mandante, significa alguém que mandou/contratou uma pessoa para matar uma outra. Mas quem idealiza é a verdadeira cabeça de todo o crime. O delegado Rivaldo decidiu que a vereadora Marielle deveria morrer, chamou os irmãos Brazão e deu a eles essa missão. Domingos Brazão mandou seu braço direito contratar os executores e assim o “serviço” foi executado. Mas será preciso conhecer os verdadeiros motivos, que levaram um delegado a decidir matar Marielle. Há ainda um outro delegado envolvido e um policial. Todos da Delegacia de Homicídio. O que há por trás desse crime? Quem Marielle estava incomodando? Sua ascensão política estaria atrapalhando os plano da alguém? Tem mais alguém envolvido com o Rivaldo? Certamente os depoimentos e até futuras deleções dos acusados, devem esclarecer esses pontos. Outros questionamentos: Até que ponto novas descobertas abalarão a estrutura do governo Lula, do PT, do PSOL? Os desdobramentos do caso, abriu caminho para ascensão política da viúva e da Irmã. Elas continuarão com os mesmos princípios, ao constatarem que foi a própria esquerda que mandou matar a Marielle?

Anielle Franco, buscando espaço na política, se filiará ao PT. A tentativa de indicá-la como vice de Eduardo Paes (PSD) não deu certo, mas a expectativa é que ela dispute algum cargo em 2026. A prisão de Chiquinho Brazão também gerou protestos na Câmara, com cobranças por celeridade na análise do caso. Qual o papel do Chiquinho no caso? Ele seria a pessoa que por ser deputado federal, ajudaria de alguma maneira dentro da Câmara dos Deputados, atrapalhar as investigações? Muita coisa ainda será revelada.

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