O ex-chanceler alemão Gerhard Schröder expressou a crença de que sua relação próxima com o presidente russo, Vladimir Putin, poderia ser um recurso valioso na busca por uma solução para a guerra na Ucrânia, conforme uma entrevista publicada na quinta-feira.
“Trabalhamos juntos de maneira sensata por muitos anos. Talvez isso ainda possa nos ajudar a encontrar uma solução negociada; não consigo ver outra solução”, afirmou ele à agência de notícias alemã DPA.
Schröder rejeitou as especulações sobre um possível ataque nuclear de Putin ou a ameaça de a Rússia atacar um país da OTAN no flanco oriental como “absurdas”. Ele argumentou que, para evitar tais cenários e aliviar as preocupações, é crucial considerar seriamente uma solução pacífica, além de apoiar a Ucrânia.
Quando questionado sobre sua amizade contínua com Putin, apesar das tensões e mortes decorrentes da guerra na Ucrânia, Schröder destacou que os dois assuntos são distintos. Ele ressaltou que não deseja ignorar os aspectos positivos de sua relação com Putin, enfatizando que esta amizade poderia ter benefícios na abordagem de desafios políticos.
O ex-chanceler mencionou sua tentativa de mediação em março de 2022, logo após o início do conflito russo-ucraniano, quando se encontrou com o ex-parlamentar ucraniano Rustem Umerov e posteriormente conversou com Putin em Moscou. Apesar da iniciativa, ela não teve sucesso.
Agora, Schröder apela por uma nova tentativa de mediação a nível governamental, instando a França e a Alemanha a liderarem o processo. Ele argumenta que a guerra não pode terminar com a derrota total de um dos lados.
Schröder e Putin são amigos desde que este último se tornou chanceler alemão em 1998. O ex-chanceler continuou a trabalhar para empresas russas, principalmente nos gasodutos Nord Stream através do Mar Báltico, apesar das críticas e pedidos de renúncia.