Autoridades de Cingapura anunciaram nesta quinta-feira (28), que acusaram dois ex-funcionários da Sembcorp Marine de subornar autoridades brasileiras, para promover os interesses da empresa no país sul-americano.
A Sembcorp Marine e a Keppel Offshore and Marine fundiram-se em 2023 para formar a Seatrium (http://SEAT.SI ), que está atualmente em negociações para pagar US$ 110 milhões em um acordo de adiamento de acusação relacionado ao caso de suborno no Brasil, conforme comunicado divulgado.
A negociação das ações da Seatrium foi interrompida devido à notícia. As ações caíram 33% este ano, apresentando desempenho inferior ao índice de ações de referência (.STI), que permaneceu relativamente estável, de acordo com dados do LSEG.
O ex-CEO Wong Weng Sun e o ex-gerente Lee Fook Kang enfrentam cinco acusações de conspiração para oferecer incentivos a intermediários para ajudar as subsidiárias brasileiras da Sembcorp Marine, conforme declarado pelas autoridades de Cingapura.
A soma total envolvida nos crimes entre 2009 e 2014 foi de aproximadamente 44 milhões de dólares, acrescentaram os órgãos do procurador-geral e o Gabinete de Investigação de Práticas de Corrupção de Cingapura em comunicado.
Em uma declaração enviada por e-mail, Wong afirmou: “Sempre agi no melhor interesse das empresas e nunca as comprometeria envolvendo-me em atividades corruptas”, após 35 anos de trabalho na Sembcorp Marine e em uma de suas unidades.
“As acusações se referem às operações brasileiras das empresas e pretendo demonstrar minha inocência”, acrescentou em comunicado enviado à Reuters pelos seus advogados, da Wong Partnership.
Os advogados de Lee não fizeram comentários, pois acabaram de tratar do assunto.
Além disso, Wong foi acusado de obstrução da justiça, depois de supostamente instruir dois funcionários da Sembcorp em 2014 a apagar um e-mail enviado pelo intermediário que continha provas de suborno.
Os promotores de Cingapura estavam em negociações com a Seatrium para um acordo de adiamento da acusação, que envolveria o pagamento de uma multa de US$ 110 milhões, conforme o comunicado.
A Seatrium informou à bolsa de valores nesta quinta-feira, que as autoridades do procurador-geral concordaram em celebrar o acordo de adiamento da acusação, reiterando seu compromisso com os mais altos padrões de conformidade, incluindo tolerância zero ao suborno e à corrupção.
