Nesta terça-feira dia 26, os agricultores retomaram suas manifestações no centro de Bruxelas, coincidindo com mais uma reunião do Conselho de Ministros da UE sobre agricultura. Os manifestantes chegaram com seus tratores, espalharam comida pelas ruas, dispararam foguetes e acenderam fogueiras para destacar suas demandas. Mais uma vez, criticaram a importação de alimentos mais baratos, fruto de acordos de livre comércio com outras regiões, e expressaram frustração com a burocracia excessiva.
Porém, enfatizaram que não se posicionam como oponentes do Pacto Ecológico Europeu. Um dos manifestantes declarou à Euronews: “Estamos contra leis tolas como a da Recuperação da Natureza. Não estamos contra a natureza. A imprensa está nos retratando como inimigos da natureza, mas isso não é verdade”.
O cerne da questão é a Lei de Recuperação da Natureza, uma parte crucial do Pacto Ecológico Europeu, destinada a restringir certas atividades produtivas para permitir a reabilitação de ecossistemas naturais, como pastagens, florestas e corpos d’água.
Os agricultores argumentam que as regulamentações são excessivamente restritivas e que não recebem apoio financeiro adequado para se adequarem, apesar de a Comissão Europeia ter recuado em algumas medidas, como a exigência de mais terras em pousio.
“Ainda é necessário protestar, pois embora tenhamos visto alguns anúncios, ainda faltam soluções concretas. Houve anúncios sobre certos assuntos, mas não sobre os mais cruciais, como renda e acordos internacionais”, afirmou Olivia Leruth, da Federação da Agricultura da Valônia.
A Comissão Europeia propôs simplificar a Política Agrícola Comum em várias áreas, incluindo regulamentação financeira e gestão, especialmente para pequenas propriedades.
A aprovação da Lei de Recuperação da Natureza ainda depende dos Estados-membros, que decidiram adiar a votação esta semana.
